sábado, 15 de janeiro de 2011

9º Capitulo

Acordei com o despertador nuns altos berros. Estava cheia de sono. Levantei-me a muito custo e fui tomar um banho. Vesti uns corsários de ganga simples, uma camisola escura e um casaco verde.


Fui até á cozinha e a Rita já estava lá.

- Olá linda!
- Olá Tááh! Dormis-te bem?
- Pensava que me ia custar, mas adormeci logo! - disse com um sorriso maravilhoso e sentando-se na cadeira.
- Ainda bem! Huum, que cheirinho!
- Então come! 
- Sim madame! - sorri e peguei numa torrada e num sumo de laranja natural.

- Ó fofinha as 15:30h vou-te ajudar na loja sim?
- Já falamos disso! Só se eu te pagar!
- Ó Rita não é preciso! Eu trabalho na associação e os meus pais agora mandam sempre dinheiro..
- Já falamos disso! Ajudas, recebes!
- Oh, está bem tontinha.
- Olha tenho que ir. Levas-me hoje? Logo à tarde vou buscar o meu carrinho! 
- Claro, vamos!

A loja de decoração era dela, por isso abria e fechava a loja ás horas que queria. Não havia problemas com atrasos.

Saímos e ela levou-me até a associação. Já tinha saudades daqueles meninos, também já eram parte da família. Havia meninos de todas as idades. A associação tinha e fazia um pouco de tudo. Havia crianças mais debilitadas em que faziam fisioterapia, crianças que ficaram órfãs devido a acidentes e que são acolhidas por nós ficando a viver lá. Crianças que vão lá todos os dias para serem ajudadas a fazer certas coisas definidas devido ás suas dificuldades. Professores que se disponibilizam para ensinar crianças com deficiência mental, etc..
Eu trabalhava mais com as crianças que ficavam órfãs. Por vezes era como uma psicóloga outras como fisioterapeuta, mas sem formação. Tinha um carinho enorme por aquelas crianças, e elas retribuíam-no com todo o amor e respeito que conheciam.

Foi um dia de trabalho normal e até tinha acabado de chegar um novo menino á nossa instituição. Tinha os seus 7 anos, tinha caído de um prédio com bastantes andares, não tinha pai e a mãe tinha-o abandonado depois de saber que o filho iria ficar com certas debilitações. Isto matava-me por dentro e passei a tarde mais triste, mais repugnada! Como era capaz de alguém fazer isto ao próprio filho?! 

Saí do trabalho e apanhei um táxi até ao stand onde estaria o meu carro. Tratei das ultimas coisas e fui em direcção á loja da Tááh.

- Olá.
- Olá tontinha. Que se passa?
- Nada Tááh, só mais uma pessoa que não tem coração e que só pensam nelas...
- Já percebi. Conta lá o que se passa.

Contei-lhe a história que se tinha passado e ela tal como eu ficou repugnada. Passamos o resto do tempo a atender clientes, a tratar de encomendas, a arrumar caixas e claro, e por entre conversas a palavra "David" não podia ter ficado esquecida naquela mente..
Falamos no jantar de logo, falamos no jogo de amanhã...

- Então tontinha, já te preparas-te mentalmente para conhecer o Rúben Amorim? - disse no gozo com ela
- E tu, já pensas-te no momento em que o vais beijar? - fiquei um pouco chateada com aquela insinuação. Afinal ela sabia o quanto estava confusa, e estava a gozar com uma coisa que ela própria sabia que me poderia fazer sofrer se continuasse a alimentar aquilo que ia dentro de mim.
- Óh Rita cala-te! Não sabes o que dizes!
- Não? Vais me dizer que não gostas dele? Que não o queres beijar?! Estás a ser burra! Estás a fugir só porque tens medo que te magoem. O passado é passado, e ... - não a deixei acabar.
- Pára com isso! Ele não quer nada comigo Rita! E eu não o amo! E não, não estou a ser burra! Estou a ser realista!  
- Não! Tu não o queres amar é diferente! E estas a ser burra sim. Estas a fugir com essas duas pernas que tens! Eu conheço-te Ana. - Nem consegui dizer nada, estava tão nervosa e chateada. Peguei nas minhas coisas e saí sem ela ter oportunidade falar. Mas ainda ouvi um "Ana".

Peguei no carro e só parei em frente ás piscinas. Não tinha nada comigo, mas eles emprestaram-me. Vesti o fato de banho num ápice e saltei para a piscina. Deixei-me ficar o máximo tempo que conseguira debaixo de água. Estava tão confusa, e aquela era uma maneira de me acalmar. O ficar de baixo de água, com um azul claro por toda a parte, aquele silencio que existia dentro de água, tudo me fazia pensar e acalmar. Voltei à superfície já com alguma irregularidade  na respiração. 
Tinha sido estúpida com a Rita. Ela não disse nada de mais. Disse a verdade, e eu com o medo que tinha, só me enervei.

Quando dei por mim já eram 18 horas. Já estava atrasada, tinha que me despachar.
Depois de sair da piscina, vesti-me e fui para casa. Não tardei em chegar.
Quando cheguei a Rita estava a minha espera. 

- Desculpa Rita. Fui estúpida.
- Eu percebi que estavas enervada. Também não devia ter dito aquilo assim. - Abraceia com força. Não conseguia estar longe dela.
- Oupa mas agora vamo-nos arranjar senão ele fica a apanhar seca.
- Sim é melhor. Ajudas-me a escolher a roupa Tááh?
- Claro! E tu vais ajudar-me também.

Fomos as duas tomar banho.
Eu estava a sair da casa de banho e ela já me esperava no meu quarto. 
- Abre aí o armário. Para vermos.
- Na, na, na. Já escolhi o que vais levar. - disse apontando para a cama.
- Estás parva! Não vou levar isso! É só um jantar, é exagerado.
- Não é nada. Vais vestir e mais nada. Agora anda comigo.

Ela tinha me escolhido um vestido pelo joelho. Eu adorava-o, mas para aquela ocasião era um pouco exagerado. 
Fomos até ao quarto dela. Abri o armário e escolhi um vestido também para ficarmos quites.

- Este. 
- Huum... Está bem, pronto. Foi bem feita para mim. - disse-me com perfeita consciencia que o tinha escolhido só por ter feito o mesmo comigo.

Vestido da Ana

Vestido da Rita

Acabamos de nos arranjar e senti o meu telemóvel a tremer. Era do David.

"Olá Ana :)
Tô cá em baixo. Estão ficando prontas? 
Beijo David"

Não respondi e descemos as duas. 
Ele estava perfeito. Com uma camisola azul clara, umas calças de ganga e umas sapatilhas da nike.
Olhei-o de cima a baixo, e não conseguia parar de olhar para ele. 

- Vê lá se acordas, e se te mexes! - disse-me ela baixinho e dando-me uma cotovelada para acordar.

Estava como uma estátua a olhar para ele. Aqueles olhos, aquele sorriso.. Senti-me a perder o controlo.
Quando reparei ele estava com os olhos focados em mim, também não se mexia. Senti-me incomodada, eu sabia que tinha exagerado. 

- Olá David. Vamos? - disse dando-lhe um beijo na bochecha.

A Rita já tinha entrado no carro, e o David não me respondeu. Virei-me para o carro e senti a amarrarem-me pelo braço. Era ele, e estava com medo com o que ele pudesse dizer..

- Espere...
Ana Sousa*

 

6 comentários:

  1. posta mais um hoje.... deixaste-me curiosa *-*

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  2. agora deixaste-me super curiosa...

    quero mais...

    adorei...

    continua...

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  3. a mim tambem :D
    nao se acaba assim um capitulo xD


    beijinho

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  4. Adorei está lindo!
    Quero mais :)
    Estou bue curiosa..
    Beijinhos Inês

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  5. Então mas isso é assim???? E o resto ficou a onde????

    Quero mais....

    COntinua... estou a adorar

    Bjs

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  6. QuerO maiis, cOntiinua..

    POsta lOgO que puderes, please!! =D

    BjnhOo

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