quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

11º Capitulo Parte I

Eram 05:00h da manhã e ainda não dormia. Passei a noite a pensar e a chorar. Já não sabia bem o que fazer. A minha cabeça estava num perfeito reboliço, em que por mais tempo que estivesse ali, "não atava nem desatava"...
Tinha que ir trabalhar as 08:00h e ainda não sabia bem como. Fiz um esforço para não pensar mais naquilo, peguei nos meus phones para ouvir musica e acabei por adormecer até ser acordada pelo despertador...
Estava com uma dor de cabeça horrível, para não falar na minha cara. Pus-me a pé muito a custo e fui tomar banho. Vesti-me e fui preparar o pequeno almoço para as duas.



Pus algumas coisas na mesa e fui ao quarto da Tááh. Estava a dormir tão bem. Mas estava quase na hora de ela se por a pé, dei-lhe um beijinho e ela acordou.

- Bom dia linda.
- Bom dia. Que horas são?
- Horas de te pores a pé. Anda, já preparei o pequeno almoço.

Fomos para a mesa e começamos a comer. Ela começou a tocar no assunto de ontem e eu não queria falar disso, pelo menos para já. Fingi estar com pressa e saí em direcção á instituição.
Estava a sentir-me esquisita, abri um pouco a janela do carro e liguei o Rádio. Estava a dar Ivete Sangalo.

"Meu coração, sem direcção, voando só por voar. Sem saber, onde chegar, sonhando em te encontrar. E as estrelas que hoje eu descobri no seu olhar. As estrelas vão me guiar. 
Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos, dentro de mim, e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim, talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração.

Comecei a cantar e essa musica só me vez relembrar do dia anterior. Estava tudo mal. Será que o David me iria desculpar? Será que ele vai deixar de ser meu amigo? Aquelas perguntas andavam a rondar a minha cabeça e quando voltei a mim, só me lembro de ter tempo para travar fundo.

- Porra! Raio do Cão. - estava exaltada e decidi encostar o carro. Dei um murro no volante e deixei-me estar assim alguns minutos com a cabeça apoiada entre os meus braços cruzados.
Só me apetecia esquecer tudo. Estava com um sono danado, e aquilo estava a virar a minha cabeça do avesso. Mas porque? Afinal foi só um beijo, era apenas uma boa amiga para ele, ou talvez fui. E eu? Eu não o amava. Não podia!

Não queria chegar de novo atrasada então peguei no carro e conduzi com um esforço enorme até á instituição.
Estava tudo calmo. Muito das pessoas que tinham que  ir lá todos os dias ainda não tinham chegado o que foi bom para não me cansar muito. Fui ver os meus pequeninos e estavam quase todos a dormir, excepto o menino novo. A D.Adelaide que fica lá com eles disse-me que ele não dormiu quase nada. Então fui falar com ele.

- Olá pequenino. Que se passa?
- Tenho saudades da minha mãe. Ela não vem mais pois não? - estremeci ao ouvir aquilo. Era sempre difícil falar destas situações.
- Oh pequenino, a mãe estava a passar mal. Precisava de estar sozinha sabes? Mas ela volta. 
- Oh, não precisas de mentir. Ela foi embora por eu ficar assim. Foi não foi? Diz a verdade.
- Olha, tu já tiveste medo não já? 
- Sim
- Sabes, as pessoas grandes também têm medo, não é só os pequeninos. E a tua mamã ficou com muito medo e sem saber o que fazer. Mas se ela perder o medo ela vem amor. Mas nós vamos estar sempre aqui contigo está bem? Não vamos ter medo, pois não D. Adelaide? - virei-me para ela para que reforça-se a minha ideia.
- Claro que não Bruninho. Nunca vamos fugir.
- Pois não. E agora vais dormir está bem? Tens que descansar para melhorar rápido.
- Não quia...
- Se eu ficar aqui á tua beirinha, tentavas dormir um bocadinho?
- Sim.. Obrigada Ana. - sentei-me ao lado dele na cama, e encostei a cabeça dele á minha. Dez minutos depois estava dormir calmamente. Com o sono que estava adormeci com ele...

12:45h

- Ana? Menina Ana?
- Sim? O que? Desculpe Sr. Gonçalo. Eu estive aqui a tentar adormecer o Bruninho e acabei... - não me deixou acabar e falou.
- Ana, calma. Não precisa de se desculpar. A D. Adelaide explicou-me a situação. Ela também me disse que você chegou  aqui com uma carinha muito mal. Você dormiu bem esta noite? Anda bem?
- Por acaso não preguei olho. Mas desculpe. Não devia afectar o meu trabalho. Não volta a acontecer.
- Eu sei que não. Agora vá almoçar e vá para casa descansar que bem precisa.
- Não há mesmo problema? Obrigado Sr. Gonçalo. E desculpe mais uma vez...

Despedi-me dos meninos, dos que estavam a trabalhar e fui para casa. 
Além do sono cheguei rápido, tentei ficar bem acordada até chegar a casa. Quando cheguei fiz apenas uma sandes e fui me deitar. Definitivamente precisava de dormir. 
Ainda cheguei a pensar em tudo. Se deveria ir ao jogo ou não, mas acabei por decidir nada. O sono apoderou-se de mim e adormeci agarrada à almofada. 

Ana Sousa*

3 comentários:

  1. :'( A parte dos meninos pequeninos, opá as pessoas não deviam de ser assim. São seres humanos, têm sentimentos. Não são brinquedos! Como é que é possível uma pessoa abandonar um bebé? O seu próprio filho?! Não têm coração essas pessoas? :s
    Bem, continua óptimo Ana! Beijinhos

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  2. quero mais. E agora, como vai ser no jogo?

    beijinho*

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