2º Capitulo

Decidi ficar com ela até o seu filho chegar.

Estive uns minutos a falar com a D.Regina, era uma senhora tão simpática e amável. Sentia-me um pouco pequenina junto dela, e nem sabia bem porque.
O médico apareceu para ver se estava tudo bem e eu aproveitei para ir buscar um copo de água.
Quando voltei, olhei para a janela pequenina do quarto e vi um rapaz alto cheio de caracóis a abraçar a D.Regina, não consegui ver a cara, mas deveria ser o seu filho, o David.
Ela sorriu-me e eu retribui com outro. Virei-me para que tivessem mais privacidade.


- Ana?
E sem que me consegui-se virar ele abraçou-me. Aqueles caracóis fizeram-me cócegas e eu sorri.
- Obrigado! Obrigado por ter ajudado minha mãe.

Largou-me e vi que era o David, o David Luiz! O meu Deus! 
Tentei conter-me, mas devia estar com uma cara tão estúpida porque ele começou a sorrir. Era um sorriso tão bonito, e parecia tão sincero e humilde. Ele ainda era mais bonito ao vivo.
- Fiz-lo com todo o prazer.
Foi as únicas palavras que consegui pronunciar ainda meia engasgada.
- Vamo para dentro?
- Sim..


A D.Regina olhou para mim com um ar de riso, como quem sabia que eu estava nervosa, e isso fez-me ficar ainda pior.
Estava calada e para não ficar ainda pior decidi falar.

- Então você tem um filho todo bonitão e não me dizia nada? 
- É bonito não é? Toda a gente acha!
- Pô, eu tou aqui sim? - disse meio envergonhado, enquanto eu e a sua mãe dava-mos umas gargalhadas.
- ahah, acho que toda gente nota isso meu filho. 

Estava a tentar controlar-me ao máximo, mas não estava a conseguir. Não queria de maneira nenhuma ir embora, mas tinha que o fazer, até porque iria almoçar com a Rita e com o meu Paulinho, ele era sem dúvida um homem excepcional, o meu melhor amigo.

- Bem D.Regina, já está em boas mãos, é melhor eu ir andando..


Disse aquilo a sorrir com o olhar vidrado no David, era impossível parar de olhar. Aquele sorriso atraia-me de uma maneira que não sabia explicar, muito menos controlar. Tinha acabado de o conhecer mas a verdade é que aquele abraço fez-me sentir bem, não me senti sozinha como à muito me sentira. Mas ele era o David Luiz! E talvez aquilo fosse apenas por esse motivo, por ser o tão cobiçado jogador do Benfica, ou não. Mas foi nesse argumento em que amarrei para que me tentara convencer que tudo não passara disso.


- Mas nem lhe pude recompensar pelo que fez por mim..
-Então não? Você ficou bem! Isso é o que interessa. E para não falar que me fez conhecer o belo sorrido do seu David.- disse de uma forma descontraída, afinal era uma pessoa muito directa.

Ele escondeu a sua cara por entre aquele maravilhoso cabelo, mas consegui observar nele um sorriso maravilhado.

- Venha almoçar connosco querida.
- Sim, venha. Iria gostar muito. - disse ele olhando para mim que certamente me viu corar.
- Oh querida, eu iria adorar, mas já tenho coisas combinadas com uns colegas e ainda tenho que ir falar como meu chefe.
- Oh, tenho pena. Mas pronto, fica para outro dia.


Despedi-me da D.Regina com dois beijinhos e o David levou-me á porta.

- Já que você não pode almoçar, aceita tomar um café as 16:00h? 

Com aquela pergunta a perfurar-me os ouvidos fiquei estátatica, imóvel. E provavelmente com a mesma cara de quando percebi que se tratava do David Luiz. Ele olhou para mim confuso.


- Desculpe. Não deveria ter perguntado. Deixe pra lá. - disse sem me olhar
- Não, quer dizer, sim! Tipo, só não estava a espera que fizesses essa pergunta. Mas aceito. 
- Então depois mando mensagem pra você conbinando tudo. Aquele número que você ligou, é seu?
- Sim. Podes mandar para esse.


Não pude evitar um sorriso. Despedi-me dele com dois beijinhos e fui apanhar um táxi.
A viagem não foi demorada, mas passei-a toda a pensar no sorriso dele, e ansiosa por contar à minha amiga o que se havia passado naquelas horas. 

Ana Sousa*