domingo, 27 de março de 2011

23º Capitulo Parte III - A necessidade

«Palavra- Pedido»

(Visão de Rita)

O pessoal já estava a ficar animado por isso a Andreia fez questão que ficasse -mos lá a dormir. Ela e o Fábio mostrou-nos os quartos e cada um segui para o "seu".
O Rúben deitou-se um bocado na cama e eu fui á casa de banho. Peguei num pijama que Andreia me tinha posto lá e fui tomar banho.
Estava a passar o gel de banho quando sinto alguém entrar no duche. Ele estava nu e encostava-se cada vez mais á parte de trás do meu corpo. Delicadamente desviou o meu cabelo molhado para a frente e pousando as suas mãos nos meus ombros dava-me leves beijos no pescoço, que iam mudando de proporção. Fiz de conta que não era nada comigo e continuei passando o gel pela barriga. Ele reparou que estava a querer resistir e não se deixou ficar, deixou escorregar a sua mão pelas minhas costas parando junto aos meus glúteos. Estremeci.

- O Sr. Precisa de alguma coisa? - Disse tentado disfarçar a vontade que ele me estava a dar. Ele entrou no meu jogo e respondeu.

- Não, nada. - Abafou um sorriso por entre as minhas costas.

- Então vou continuar com o meu banho. Com Licença.

Continuei a passar o gel e, quando passo pelo peito ele fez questão de me amarrar a mão.

- Deixe que eu ajudo a menina.

Sorri, ele virou-me para ele e encaixou-me nele de forma a estar o mais junto possível. Olhavamo-nos com desejo e quando ele se tinha preparado para me beijar desviou a sua face e começou a chegar-me o gel nos seios como uma pessoa perfeitamente inocente perante aquele acto, como se fosse apenas me ajudar. Na sua cara podia ver perfeitamente uma vontade tremenda de rir e eu olhava-o com vontade de lhe bater.
Deixou cair a esponja e amarrou-se a mim de uma forma violenta, encostou-me á parede e beijou-me intensamente. Não resisti e deixei-me levar pela vontade naquele momento.
Já estava a ficar fora de mim perante aqueles beijos exorbitantes, mas não estávamos sozinhos, muito menos em casa.

- Rúben pára. 'Támos em casa da Andreia. - Disse ainda ofegante.

- E que tem? - Continuava a dar-me beijos no pescoço.

- Vala Rúben, eu também quero mas não me sinto á vontade... - Ele parou.

Acabamos de tomar o banho juntos, sempre entre carícias. Umas mais inocentes que outras.
Quando saímos do banho vestimos o pijama e deitamos-nos a namorar um bocadinho.
A coisa voltou a aquecer e ele pôs-se em cima de mim. Começou por trincar-me a orelha sem magoar, depois passou aos beijos no pescoço e acabou por passar nos meu peito. Confesso que aquilo estava a por-me tola o que fez com que invertesse as posições e, desta vez, era eu que dominava.
Beijei-lhe a maça-de-Adão e antes que tivesse tempo de fazer mais alguma coisa já as mãos deles procuravam o meu corpo rápida e excessivamente.
Beijava-lhe os seus abdominais lentamente deixando um rasto de saliva por onde passava. Trinquei-lhe uma parte mais saliente e ele respirou fundo. Já sentia a sua erecção contra os meus glúteos. Eu também já estava a entrar num estado de excitação á qual, se não o travasse, não iria conseguir parar.

- Rúben... - Arrastei. - Vamos parar.

- Não me vais deixar assim Tááh, por favor! 

- Rúben vala, ainda alguém ouve. 

Ele respeitou o meu pedido e tentamos nos acalmar. Passado algum tempo lembrei-me de ir espreitar a Ná e lhe dar um beijinho de boa noite. 
Levantei-me e fui até ao quarto onde ela se encontrava. Bati á porta e ninguém respondeu e quando a abro não a vejo lá. Formou-se um sorriso nos meus lábios ao calcular que estivesse com David. Já era hora daqueles se entenderem de vez, ambos amavam-se, toda a gente via isso, só eles é que tentavam esconder.

Fechei então a porta e voltei para junto do Rúben.

- Então? Já podes vir dormir comigo mãe? - Brincou.

- Ciumento. - Gozei. - Sabes, ela não está no quarto... - Conclui 

- Então?

- Então não sei, mas calculo que esteja com o David...

- Espero bem que aqueles dois se entendam, o David hoje estava todo feliz por a Ná lhe ter dito que o amava, e ele também a ama. Mas pronto.

Acabamos por adormecer juntinhos por entre carícias.

****

Estava já toda a gente divertida a tomar o pequeno almoço preparado pela Ná que, pelos vistos, parecia estar tudo igual entre ela e o David.
Para os ajudar um bocadinho decidi falar com o Rúben.

- Amor, não digas nada sobre o que vou dizer. Apenas concorda comigo. - Sossurei.

- David, emportas-te de levar a Ana a casa? É que eu e o Rúben queríamos passar nuns sítios antes de irmos embora...

- Claro que não. Deixo ela em casa na boa. Não se preocupa com isso. 'Cê se importa Ná?

- Deixa estar David, eu vou de táxi, não precisas de me ir levar de propósito. - Contrapôs.

- Você se esqueceu que eu para ir para minha casa quase que passo pela sua? Não vai nada de táxi, eu levo 'cê.

- Ok, se é assim aceito.

- Obrigada meninos. - Disse eu com um sorriso nos lábios.

Antes de ela sair ainda me sossurou ao ouvido que iria pagar, eu ri-me e ela sai. 
Eu e o Rúben fomos dar uma volta e depois fomos para casa dele preparar o almoço.

(Visão de David)


Notava ela um pouco receosa e que me fez perguntar.

- Gatiinha, passa alguma coisa?

- Nada, quer dizer, temos que falar sobre nós.

- Como assim?

- Como ficamos? David, não gosto dessas tretas das revistas.. E os nossos amigos? Queres contar já?

- Gatinha, pelo menos por agora convinha guardar-mos isto dos paparazies. Não quero que a minha gata ande por aí nas revistas todas. - Brinquei. - Falando sério, vamos manter a nossa privacidade. Depois aos nossos amigos, Ná, 'cê sabe que isso é impossível né?

- Pois, quem não os conhecer que os compre...

- Mesmo se não contar-mos nada ao Rúben e á Tááh eles acabam por saber loguinho. Já nos conhecem...

- Pois, então porque não dizemos a esses dois e depois mais tarde fazemos um jantar e falamos ao pessoal mais chegado?

- Por mim... Desde que ninguém me tire de você gatiiinha. - Abracei-a

- Ninguém me tira de ti lindo. - Sorrimos os dois.

Passamos a tarde a namorar e a contar coisas do passado um do outro, quando éramos pequenos, da nossa terra natal e até da primeira vez que nos vimos, naquele hospital.
Acabamos por escolher ver um filme e assim o fizemos, os dois deitados no sofá, bem agarradinhos e a comer pipocas.

(Visão de Ana)

Respirei de alivio por David estar de acordo comigo e não ter levado a mal não querer pronunciar assim o nosso namoro. Realmente ele tinha razão, do Rúben e da Tááh iria ser difícil esconder, se não mesmo impossível.
Depois de uma longa conversa e de muito carinho fomos ver um filme. Fui fazer pipocas e deitei-me junto dele.
Quando dei por mim ele olhava-me enternecido.

- Que se passa David?

- Eu te amo moléca!

- Óó, eu também caracolinhos! - Beijei-o. Como estava feliz com ele do meu lado. Ele fazia-me sentir freneticamente feliz, nas nuvens. Queria-o comigo por muito tempo, quem sabe, para sempre...

Ana Sousa*

sexta-feira, 25 de março de 2011

23º Capitulo Parte II - A necessidade

Gente, obrigado pelas mais de 10000 visitas!
Agradecia que não se esquecessem de responder ao que perguntei.
Beijinhos
A'S
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Palavra- Pedido


- Tu o quê? - Perguntei boquiaberta e os meus olhos arregalaram-se. - Mas como...

- Eu sei Ná, eu sei o que você deve estar pensando mas eu... Eu fui bobo, muito. Você sempre teve um poder sobre mim, sempre olhei você com outros olhos, mas não queria acreditar que fosse o que confirmo hoje. Estava passando uma fase complicada, era muita pressão e depois, depois havia a Cátia que me punha tão confuso. - coçou os caracóis. - O mano, a Tááh, a Andreia, sempre me tentaram acordar e abrir de vez os olhos e reparar que você era especial de mais para mim, para ser uma simples amiga, mas eu tentava fugir, não me queria magoar porque também não sabia o que você sentia. - Neste momento sentavamo-nos na areia olhando, os dois, o horizonte que parecia nunca mais terminar com tal palavras ditas da sua boca. - E quando você me beijou pela primeira vez na casa do Rúben, quando caiu na piscina, fiquei pensando em tudo. A partir de aí comecei sentindo falta de a ver mais vezes. Quando dava por mim estava pensando em 'cê, sempre...

- Mas Davi...

- Deixe eu terminar por favor. - Pediu. - A verdade é que eu sempre soube que você não era indiferente, não era. E hoje vejo isso muito bem... Gostava muito de você, e gosto, mas não sabia se era amar. Fiquei super contente quando você me disse que me amava, acredite, estava radiante, e hoje, hoje sei que amo você. Você acredita em mim?

- Tens a certeza David? - Perguntei receosa.

- Tenho Ná, tenho. Acredite em mim por favor. O dia de ontem foi algo que me fez abrir totalmente os olhos pro' que sentia. Tenho pensado muito estes dias e cheguei à conclusão que amo realmente você. Já não consigo estar longe...

 - David, eu disse que esperava por ti, mesmo que não quisesses. Não precisas de te precipitar com isso. Ainda ontem...


- Não me estou precipitando não garota. Eu já sentia isto, só não o queria admitir. Acredite em mim... - Virou-se para mim e agarrou-me na mão. - Eu sei que você deve 'tar a pensar que sou maluco, mas não sou. Vou sim ficar maluco se 'tiver longe de você mais tempo. Já sinto falta dos seus beijos... - Sorri. - Ana, você aceita namorar comigo? 

Não sabia bem o que pensar com aquela declaração toda, mas a verdade é que me estava a sentir mais feliz do que alguma vez fui. Assim que ouvi o seu pedido o meu coração parou, parou para que, logo de seguida, voltasse a bater num compasso ainda mais elevado e incontrolável. Mas seria possível aquilo estar a acontecer? Estaria eu num sonho daqueles que acabam na melhor parte, ou seria mesmo realidade tudo aquilo que tenho vivido? O meu cérebro parecia querer atrofiar com tanta pergunta que se ia formulando sem pedir permissão o que me levava a sentir as pernas tremerem. Constantes, frenéticos e praticamente idênticos eram os movimentos que saiam das minhas mãos provocados pelos nervos e ansiedade de todo aquele momento.
Estava completamente desligada com aquela pergunta, mergulhada nos pensamentos mais profundos e sinceros do meu ser.


- Ná, me responda por favor. - David olhava-me confuso e suplicando uma resposta minha.


Para que complicar? Eu amava-o, era certo. E ele, ele eu sabia que estava a ser sincero. Conhecia-o suficiente bem para o ver nitidamente. Para que travar mais a felicidade? Eu queria, ele também, além do medo de algo correr mal, de acabar por matar a nossa amizade, de ser uma figura publica, eu sabia que, junto dele iria ser feliz.


- David.


- Sim... - Disse desolado.


- Prometes que não vai estragar a nossa amizade? - No seu olhar formou-se um rasto de brilho intenso.

- Prometo, prometo tudo!


- Então sim, aceito namorado!

- 'Tá falando sério? - Disse pondo-se de pé.

- Estou.

Sorri-lhe com o mais puro sorriso existente em mim e ele, sem proclamar uma única palavra, amarrou-me pela cintura e rodou-me várias vezes com um sorriso de orelha a orelha que, não iluminava apenas o dia mas também, a minha alma.
Pôs-me no chão e olhou-me profundamente, colocou uma das suas mãos em torno do meu pescoço e com o pulgar fez-me uma pequena festinha na bochecha. Beijou-me.
Um beijo cheio de amor, que agora podia dizer, vindo dos dois. Zelamos aquele beijo com pequenos beijinhos de lábios e voltamos a cruzar o nosso olhar que, à momentos atrás se encontrara fechado. Com a sua testa encostada à minha sussurrou-me.

- Te amo, namorada! 


- Eu também tonto!

Nesse mesmo momento uma onda acabara de rebentar junto dos nossos pés. Ao sentir a água gelado tocar-nos olhamos os dois para baixo, voltamos a olhar-nos um para o outro e sorrimos ao nos aperceber que eu não tinha fugido com medo de mais um "flash".

- Não deixo você fugir mais não. Vai ter que me aturar por muito tempo garota! 


- Não te preocupes porque eu também não. Não me vai custar nadinha. - Voltei a sorrir.

Depois de alguns beijos dados, ali, perante aquela paisagem lindíssima demos uma volta à beira mar, com David sempre abraçado a mim dando-me caricias.
As horas foram passando e nenhum dos dois deu por isso. Realmente, com ele tudo me passava ao lado, nada era mais importante. Dei por ela das horas e falei ao David.


- Tontinho, já viste as horas? Já está na hora de almoçar...

- 'Tá falando sério? É p'ra você ver como me põe. - Sorrimos. - Não apetece largar você não. - Disse já sem o sorriso.


- Vem almoçar comigo então. Eu faço qualquer coisa para comermos.


- 'Tou nessa! 

****
O caminho foi feito cheio de conversa e boa disposição. David disse-me que o Rúben iria almoçar com a Tááh e que iriam passar a tarde juntos. Assim também podia estar mais à vontade com o David e, conversar sobre como iria ficar tudo pois não sabia se aviamos de contar aos nossos amigos já.
Quase ao chegar a casa David pára o carro.

- 'Tava pensando em comprar qualquer coisa p'ra gente comer. Assim você não tem trabalho. 'Tá bom?

- 'Tá bom. - Imitei o seu sotaque e ambos nos rimos.

Esperei por ele no carro e depois de voltar com uma comidinha, que por sinal cheirava maravilhosamente bem, seguimos o resto do caminho até casa.
Depois de chegar pedi ao David se podia ir preparando a mesa enquanto tomava um banho rápido. Dirigi-me à casa de banho do quarto e rapidamente me pus debaixo da água que escorria quente e apressadamente.
Aproveitei esses minutos para relaxar e sorrir pelo quanto estava feliz por estar ali com ele, como meu namorado, como duas pessoas que se amam mutuamente. Sai do banho e enquanto enxugava o cabelo, sorria.
Depois de escolher algo confortável fui para a cozinha.


 - Huum, que cheirinho. - Dei-lhe um beijo.

- Vamô comer? Se senta princesa. - Puxou a minha cadeira.

- Que querido! - Sorri

Comemos entre conversa e caricias sempre juntinhos. Ele fez questão de me ajudar a arrumar a cozinha e eu lá deixei. Depois de tudo arrumado fomos para sala namorar um bocadinho. Tinha que falar com ele. Tinha que saber o que era melhor, Ocultar ou contar...


Como irá correr a conversa?

Não se esquecam de responder á questão que coloquei. Beijinhos
Ana Sousa*

quarta-feira, 23 de março de 2011

23º Capitulo Parte I - A necessidade

Olá gentee!
Antes do capitulo gostava de fazer-vos uma pergunta. Uma das leitoras deu a sugestão de por "quem fala" nos diálogos.
Na minha opinião eu acho que acaba por se perceber pois identifico a pessoa, ou nas didascálias ou na fala seguinte, contudo, gostava da vossa opinião e saber se também preferem.
Hoje deixo aqui um capitulo maiorzinho. É o cap. 23 :b
Beijinhos
A'S
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Palavra: Pedido


Depois de longos minutos a olhar, sinceramente, o nada, acordei do meu estado pensativo e sorri levemente ao lembrar, de novo, tudo aquilo pelo que estou a passar. Mesmo sem ter o David eu estava feliz, feliz por ter uns amigos verdadeiros que sempre me acolheram com os braços abertos, por ter a Tááh a morar comigo, por estar bem com o meu trabalho, estava feliz por ver aquele meu amor feliz, sim porque nunca tinha vido a Tááh tão feliz. Desde que conheceu o Rúben nasceu um brilhinho nos seus olhos que, a partir de aí, cresceu até se tornar num amor praticamente perfeito que estão os dois, sem duvida, a viver. E além de tudo, amar David, mesmo sem ser correspondida, não era um sofrimento tão grande. Com ele sentia paz, amor, segurança, sentia-me bem como nunca me sentira á muito e, arrisco-me a dizer que talvez, nunca nada com tanto sentimento. A necessidade estava a consumir-me e a tornar-se cada vez maior dentro de mim. Um força maior começava a comandar o meu corpo de uma forma incontrolável. A verdade é que eu também queria. Queria e necessitava.

Para ser sincera também já estava farta daquelas voltas e daquele vai ou não vai que a minha cabeça ordenava fazer. Deixei cair toda a razão, se dela existir alguma, e despi o medo que tinha. Calcei uns chinelos que a Andreia me avia disponibilizado para caso precisasse esta noite, respirei fundo e saí tentando me lembrar qual das portas era o quarto onde David ficara.
Percorri o pequeno corredor com várias portas sem fazer barulho e parei em frente de uma, era aquela. Decidi não bater á porta, a minha intenção não era ele ver-me, apenas o queria observar, poder olhar para ele o tempo que quisesse. E se batesse á porta poderia até acorda-lo, o que não queria.
Abri a porta devagar para não fazer barulho e voltei a fecha-la. Encostei-me á mesma com as duas mão atrás de mim ainda amarrando a maçaneta. Ele estava ali deitado, virado para mim, com aqueles caracóis um pouco desalinhados e com uma expressão linda e serena.
Não resisti e aproximei-me. Aninhei-me junto da cama e observei-o durante uns segundos. Percorri toda a sua face com os meus olhos esverdeados para contemplar toda aquela beleza e simplicidade. Não resisti, o desejo de sentir a sua pele foi maior do que alguma vez imaginara e, com cuidado, deixei que o meu desejo mandasse levando assim a minha mão esquerda á sua face que se encontrava quente e suave como ceda. Levei a minha mão, sempre cuidadosamente, aos seus caracóis desviando assim os mais teimosos que faziam por cair para a frente.

Adorava olha-lo, senti-lo, não só fisicamente, mas sentir que ele estava lá, onde eu estava.
Ele mexeu-se ligeiramente, fazendo mover também a coberta deixando uma parte do seu tronco desnudado descoberto. Ao aperceber-me do seu movimento desviei-me e retirei a minha mão da sua nuca evitando que acordasse. Achei por bem voltar para o "meu" quarto e ir descansar. Levantei-me e, depois de não conseguir resistir a observar o seu tronco, puxei a coberta para cima para que não viesse a ter frio.
Voltei a fita-lo e dirigi-me à porta. Voltei a abri-la de forma calma para que não fizesse barulho mas fui travada pela voz que, lá no fundo, queria muito ouvir. 

- Onde 'cê vai? Gostava mais quando estava me observando. - Estremeci de uma ponta á outra por saber que, afinal, ele estava acordado e me vira ali, junto dele. - Não vá.

- David... - Tentei falar.

- Não diga nada não. Venha aqui p'ra junto de mim. Não tem mal...

- David, ainda deves estar animado. De certeza que sóbrio não irias aceitar. O melhor é mesmo ir. - Voltei a abrir a porta, mas desta vez mais. - Boa noite Davi... 

Senti um braço quente apertando ligeiramente o meu braço que, naquele momento, se encontrava um pouco frio mas que rapidamente aqueceu, pelo toque que David provocou, devido à diferença de temperaturas.
Olhei-o e fiquei se jeito quando vi aquele corpo devidamente estruturado e divinal apenas de boxers à minha frente. 

- Por favor, fique. Lhe estou pedindo. - Suplicou. - Não tem mal, afinal, somos dois amigos né?

Aquelas palavras tinham-me deixado um pouco triste, mas ele apenas disse a verdade, era-mos dois amigos, apenas amigos... Acabei por ceder e deitei-me junto dele.
Estávamos um em cada canto da cama o que de certa forma, se pudesse, me punha a roer as unhas devido aos nervos que me estavam a consumir por dentro.
David mexeu-se o que fez uma lufada de ar mais fresco percorrer a cama por entre os lençóis que nos cobria o corpo. Arrepiei-me e aninhei-me sob o meu próprio corpo. 

- 'Cê 'tá com frio? Se chega p'ra cá vai. Posso aquecer você.

Ao mesmo tempo que o diz estica um dos seus braços e puxa-me para junto dele. Senti o calor do seu tronco nu contra o meu o que me fez estremecer. Devagar, virei-me para ele ficando as nossas caras praticamente coladas uma à outra. O nosso olhar fixou e eu já sentia um misto de sentimentos. 

O meu coração já batia descontroladamente, o meu corpo elevava a temperatura perante o corpo de David, já podia sentir as típicas borboletas a voarem na minha barriga como se fossem milhares. O sangue que percorria todas as minhas veias e capilares fervilhavam cada vez mais em cada parte por onde passava. Estar ali com ele era algo que nunca avia imaginado, nem sequer em pequenos sonhos iludidos pelo sol e esperança de um só gesto, voz, ou olhar.

- Já está melhor ? - perguntou-me serenamente e sem nunca tirar os olhos de mim.

- Já, muito melhor. Obrigada. - Sorri envergonhada e o "obrigada" foi lhe dito nos olhos.

A ideia de que não iria conseguir adormecer ali junto dele devido ao nervosismo e ansiedade era cada vez mais clara. Olha-lo nos olhos era que nem uma esperança nova, e senti-lo tornava-se um desejo insaciável e necessário. O som que se fazia ouvir provocado pelo bombardear do meu coração aumentava, não só pela situação de estar ali com ele mas também, pelo silêncio que era cada vez mais notório naquele quarto rodeado pelas quatro paredes que nos deixavam envolver num momento a dois, sem testemunhas nem outro qualquer ser.

O nosso olhar não desfocou mais pela rapidez com que, de costume, se move diariamente. Estavam estagnados a olhar um no outro como se tivessem perdido as forças para tal movimento. O desejo e a distância, relativamente a nós, opunham-se.
Sentia a respiração profunda e quente de David cada vez mais perto, a distância tornava-se cada vez mais escassa. Mas o desejo, esse aumentava cada vez mais com esse encurtamento. David queria tanto quanto eu aquela entrega aos lábios um do outro, sabia disso, agora mais do que nunca. De uma forma lenta e carinhosa ele acabou com aquele pequeno espaço que nos separava e beijou-me. Um beijo calmo e sentido, com tudo aquilo que me fazia estremecer sempre que tal se sucedia.
Não foi sequer preciso as nossas cabeças se separarem da almofada para que nos entregasse-mos por completo aquele beijo nem pedir permissão para que as nossas línguas se entrelaçassem e, perante uma dança um pouco descompassada, sentissem o sabor e a leveza de cada uma.
Levou uma das suas mãos à minha face e acariciou-a com o seu pulgar ao mesmo tempo que zelava-mos aquele beijo com pequenos toques de lábios. Sorri-lhe mostrando o meu agrado por aquele momento e ele retribui.
Mas os nossos lábios não estavam completamente saciados e voltaram a envolver-se perante os mesmos gestos algumas vezes. Depois de um pouco saciados, o nosso coração acalmou deixando de bater tão fortemente conseguindo assim, depois de algum tempo, adormecer no peito de David com a minha mão entrelaçada na dele.

(Visão de David)

Estar ali com ela estava a por meu coração descontrolado. Necessitava tanto dos seus beijos assim como ela. Não resisti e tive que juntar os nossos corpos assim como os nossos lábios. Por entre os beijos que partilhava-mos deixava sair todo aquele sentimento, que agora via nascer, aumentar provocado pelos momentos que estava a passar com ela, e pelo seu próprio ser.
Não me contentava e ela também não, queria matar todo aquele tempo "desperdiçado" em que não a beijei, em que, mesmo tendo olhado ela de outra forma não ter sido da maneira mais profunda possível e trazer ao de cima tudo aquilo que estou descobrindo verdadeiramente em tão pouco tempo.
Depois de termos acalmado nossos corações e de uma troca de caricias ela adormeceu junto do meu peito. Cobri-a mais com os lençóis e fiquei observando ela. E como era linda, perfeita, ao natural...
Depois de uns valentes minutos a olhar p'ra ela o sono apoderou-se de mim e teimava em fazer meus olhos fecharem. Era a primeira vez que iria dormir junto dela e, de certeza, que iria dormir que nem um anjo. Acomodei-me um pouquinho, devagar, para que não despertasse e deixei-me dormir, ali, bem pertinho dela.

****

(Visão de Ana)

Acordei cedo, ainda sobre o seu peito quente e macio. Custava acreditar em tudo aquilo mas preferi não pensar. E mesmo que fosse um sonho, não me importava, queria vive-lo até ao segundo em que estaria previsto despertar.
David dormia serenamente e com um dos seus braços abraçado a minhas costas para que não lhe escapasse. Sorri ao pensar nisso e dei-lhe um beijo na sua bochecha esquerda sem intenções de o acordar. Como ele estava lindo, aquela pouca claridade que fazia incidir no seu corpo fazendo-o brilhar deixava-o com um toque desejável.

Pus-me de pé e fechei a cortina para que não acordasse por causa dos raios da manhã. Vi as horas e fui para o outro quarto. Vesti a mesma roupa e decidi ir fazer o pequeno almoço para esta molecada toda que, de certeza, ia estar a morrer de fome, para depois ir para casa tomar um banho e trocar de roupa.

Desci as escadas e dirigi-me à cozinha começando a procurar as coisas para por na mesa.
Preparei uma séries de coisas para encher a mesa, e mesmo assim, desconfiava que ia tudo num instante. Pois, precisava de pratos... Sorri ao lembrar o dia anterior nesta mesma situação.

- Deixa moleca. Eu apanho isso. - David vinha já vestido, a coçar os caracóis e com um sorriso perfeito. Pegou em 3 ou 4 pratos e entregou-mos. - Você é mesmo pequenina... - Gozou

- Olha vai gozar com outra tá? Tu é que és grande, já disse! - Dei-lhe uma pequena palmada no ombro e sorri. Ele beijou-me a bochecha direita e parou ao meu lado.


- Vá eu ajudo você com isto!

- Não precisas David. Já está tudo pronto. Só falta cortar o pão.


- Pronto, e eu corto! - Sorriu-me.

- Não David, eu faço, deixa. - Estávamos os dois a tentar ficar com a saca do pão e só paramos quando já estávamos praticamente um em cima do outro encostados ao balcão.

- Huum, que cheirinho! - Andreia acabara de entrar. Nós descolamo-nos num ápice sem que ela desse por ela e David aproveitou, mesmo estando constrangido, para me tirar a saca da mão.

- Sim, decidi fazer o pequeno almoço para esta gente. Espero que não te importes que tenha invadido a tua cozinha.

- Ohh, deixa-te disso miúda. - Sorriu-me e deu-me um beijo na Bochecha. - Então, já que fizes-te o pequeno almoço eu vou acorda-los. - Disse pegando num pedaço de queijo e dirigindo-se para fora da cozinha.

****

Depois de já estar toda a gente pronta, tomamos o pequeno almoço e, depois de alguma conversa foram se despedindo e indo embora. Faltava eu a Tááh o Rúben e o David.

- David, emportas-te de levar a Ana a casa? É que eu e o Rúben queríamos passar nuns sítios antes de irmos embora...


- Claro que não. Deixo ela em casa na boa. Não se preocupa com isso. 'Cê se importa Ná?

- Deixa estar David, eu vou de táxi, não precisas de me ir levar de propósito.


- Você se esqueceu que eu para ir para minha casa quase que passo pela sua? Não vai nada de táxi, eu levo 'cê.

- Ok, se é assim aceito.

- Obrigada meninos. - Disse a Tááh com um sorriso nos lábios que eu percebi perfeitamente a sua intenção.

Levantamo-nos para ir embora e quando me ia despedir da Tááh, cheguei-a junto de mim e sossurei-lhe.

- Eu percebi esses sítios espertinha. Vais paga-las. - Sorri-lhe e ela riu discretamente.

****

Ia no carro com ele e sinceramente não inibia de mostrar a minha felicidade. Ia com um sorriso de orelha a orelha a olhar para a janela e a pensar em todos aqueles momentos que tinha experienciado quando fui interrompida por ele.

- Você 'ta muito cansada? - perguntou sem tirar os olhos da estrada.

- Um bocadinho, mas nada de mais. Porque? 

- Por nada não. - Senti-o nervoso.

Alguns minutos depois reparei que não estávamos a ir pelo caminho certo.

- David, enganaste-te. A minha casa é para aquele lado...


- Eu sei moleca. Não sou bobo não.


- Então...

Desisti de continuar porque sabia que não me iria dizer nada. Quando dei por mim estávamos junto á praia.
Saímos do carro e ele sorriu-me.

- Tira seus tacões vai.

Fiz o que ele disse e entramos para a areia. Nesse mesmo instante um flash, extremamente doloroso, que se penetrou na minha cabeça como um raio que me fez reviver a memoria do que passei ali, era aquela praia. Na minha cabeça se formou imagens devidamente construídas que formavam uma plena impressão da realidade. O carro a bater, o fumo, a areia, o mergulhar na água e ficar descontrolada, o frio. Tudo passou por mim como uma velocidade tremenda e desmedida. Amarrei-me á nunca e gemi baixo.
O David reparou e amarrou-se a mim preocupado.


- Ana, que você tem? Ana? Tá me ouvindo? - Dizia visivelmente desesperado.

O seu toque num instante me abrandou a dor e, lentamente, a restante desta desapareceu. Acabei por confessar a David o que tinha acabado de acontecer.

- Não devia ter trazido você aqui. Me desculpe. É melhor irmos... - Dizia cabisbaixo.


- Não David, não é preciso a sério. Vamos.


- Tem certeza?


- Sim David. 

Continuamos a percorrer a areia até chegarmos perto do mar. Uma onda mais descontrolada deslizou mais até aos nossos pés e eu desviei-me, tive medo que voltasse a acontecer.

David amarrou-me na mão e fixou o olhar no horizonte.

- Tenho que lhe dizer uma coisa...


- Fala. Passa-se alguma coisa?


- Passa-se que eu sou um bobo em não ter abrido os olhos mais cedo...


- David, fala. Estas a deixar-me preocupada.


- Ana eu agora vejo... Estou apaixonado por você... Eu te amo!

- Tu o quê?


Ana Sousa*

sábado, 19 de março de 2011

22º Capitulo - O resto da noite

Olá gente!  Queria agradecer vos pelas visitas feitas ao blogue!
Queria também pedir ás pessoas que lêem, ás seguidoras, que comentassem. Pelo menos para saber se estão a gostar ou não. Pois os comentários e as visitas têm diminuído significativamente o que me deixa triste e sem vontade de continuar...
Mais uma vez obrigada. Beijinho 
A'S
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Palavra - Musica


(Visão de David)

Nós tínhamos passado aquele momento gostoso na cozinha e assim pude confirmar todas as minhas duvidas do que sintia por aquela garota e assim abrir os olhos. Estava disposto a lutar para ficar do lado dela durante muito tempo, aquele seu jeitinho e brilho corroia-me por dentro e me deixava babado olhando p'ra ela. Hoje estava tão linda, nunca a tinha visto assim. Aquele vestido acentavalhe mesmo bem, parecia uma princesa e não conseguia parar de olhar para ela enquanto os outros estavam distraidos.


A gente comeu a sobremesa e fomos jogar um bocado. 'Tava tudo discutindo sobre o jogo quando elas, bem animadas, nus enchotaram para irem cantar. Fica-mos a ver elas a cantar, quer dizer, eu 'tive sempre olhando ela o que fazia me abstrair de tudo e acordei para a vida quando o manz me deu um açoite.


- Acorda pah! Vais dar nas vistas assim..

- Oh não zoa na minha cabeça manz. Vamos nos juntar a elas..


O Rúben fez sinal a eles e fomos todos p'ra junto delas nos encaixando uns no meio outro de lado.
'Távamos todos envolvidos num misto de divertimento e felicidade no meio de tanta cantoria. Já 'tavamos todos cantando como pássaros roucos e elas começaram-se a rir. Não aguentamos e rimos também das nossas figuras.


Sentamo-nos todos no sofá e decidimos não fazer uma "festa" e passar antes um serão divertido e agradavel calmamente.
O Javi foi por uma musiquinha, não muito alta e deixamonos estar á conversa.


(Visão de Ana)

Estávamos todos numa conversa animada a falar de futebol em que nós, mulheres, também nos metíamos.
A musica de fundo mudou e eu desliguei-me da conversa e concentrei-me apenas no David. Olhei-o com saudade, com vontade de poder dizer que o amava com a típica calma com que pronunciamos cada palavra no nosso dia-a-dia.
O Javi põe-se de pé e leva Elena para dançar com ele, ela ficou um bocado envergonhada pois ficamos todos a contemplar aquela paixão que ambos deixavam sobressair pelo olhar. Eles não se inibiram e beijaram-se apaixonadamente. Quase que podia apostar que os meus olhos brilhavam naquele momento. Uma frescura elevou-se no meu corpo ao reparar que David estava focado em mim, fiquei sem saber se avia de olhar ou simplesmente ignorar, o que me estava a por sem jeito.

Peço licença e dirijo-me á porta de saída, vou ter ao jardim e sento-me na relva que, felizmente, não se encontrava molhada.

Percebi que se tinha aumentado um pouco a musica pois conseguia-se ouvir cá fora, o que me agradava.
Precisava de refrescar as ideias e nada melhor do que pensar com a ajuda da lua e uma leve brisa. Precisava de saber o porque daquele meu destino, daqueles traços feitos na minha vida, de como tudo tinha mudado assim do nada apenas com ajudar uma senhora, de me terem levado a minha mãe tão cedo. Precisava de encontrar as respostas a essas perguntas todas á qual ainda não encontrei respostas.

Sentada "á chinês" na relva, deixava-me embalar pela musica calma e romântica que vinha do lado de dentro, deixava finalmente o meu corpo relaxar e balançar ao som da melodia enquanto repetia baixinho a sua letra e, partindo em pedaços cada vez mais pequenos as folhas finas que ia arrancando, pensava.

Senti alguém aproximar-se lentamente de mim, mas não olhei. Continuei a olhar o horizonte que, naquele momento, se desenhava escuro.
Aproximou-se de mim e fez ajoelhar apenas um dos seus joelhos. Ao mesmo tempo ouço a musica mudar. Era uma das minhas musicas preferidas que me fazia emocionar só de ouvir, senti os meus olhos arderem levemente pelo brilho que se fez notar.

- 'Cê aceita dançar comigo? - perguntou-me David com um sorriso encantador.

Eu limitei-me a sorrir com um sorriso sincero e ele estendeu-me uma das suas mãos. Ajudou-me a levantar e começamos a dançar um com o outro num compasso lento e prefeito.


O meu corpo relaxou completamente quando senti-o amarrar-me pela cintura e encostar a sua nuca na minha. Envolvi os meus braços em torno do seu pescoço e debrucei um pouco a minha nuca sobre o seu ombro.
O silencio dominava por completo mas eu sentia-me bem assim, ninguém precisava de falar nada, ambos queríamos aquele momento de paz.
Começou a parte do refrão, não me consegui conter e cantei quase num sossuro a letra.

Can we (can we), can we start all over again
We grew too much to let it go
I need my shorty, my lover, my friend
Baby let's not fight no more
You know inside, we were meant to spend forever
Nothing can stop us as long as we're together, hold on
Give us another chance, I need to know
Can we Start Over again

Portugues:
Podemos (nós podemos), podemos começar tudo de novo
Nós crescemos muito para deixa-lo ir.
Eu preciso da minha gata, minha amante, minha amiga.
Baby não vamos brigar mais
Você sabe, que lá dentro nós somos feitos para viver para sempre
Nada nos pode parar, desde que estejamos juntos, seguros
Danos outra chance, eu preciso saber
Podemos começar de novo...

Aquela letra não tinha nada a ver connosco, mas no fundo, via que tinha. Era um sim e não. 
Eu acabei de dizer o refrão e ele sorriu-me e encostou a sua testa na minha, ficando eu e ele a escassos centímetros a olharmo-nos profundamente.

- Você é linda sabia? - Falou com uma voz tão serena e suave e eu sorri.

- Obrigada. Tu também és acredita! 
A musica acabou e já estava a ficar frio cá fora, decidimos então entrar. Fomos até eles onde a animação reinava bastante.
Quando reparei o Salvio e o Aimar já se tinham ido embora, o que queria dizer que era só casais e eu e o David. Sinceramente não sei se isso era boa ou mau.
A animação continuou noite dentro e os rapazes já estavam a ficar um pouco "alegres".

****

- Nem pensem que vão embora assim! Ficam cá.

- Mas o Andreia não queremos incomodar. E ainda somos 6 pessoas. Eu posso leva-los. - Disse.

- Nem penses Ana. Não tens que ter esse trabalho. E desde quando é que eu não tenho espaço para vocês? Ficam aqui e não se fala mais nisso.

- Fixe... Tááh, anda cá linda. Vem aqui ao Rúben! Vamos pro' quarto...

Rimo-nos todos das figuras que o Rúben já estava a fazer.
Já estava cansada e também já tinha um copinho a mais, confesso. Sempre era melhor ficarmos por lá.

O David olhou-me e aí lembrei-me que ele também iria dormir ali. Senti a minha respiração ser cortada por momentos e o meu coração acelerou. A verdade é que estava a adorar os momentos que já tinha passado com ele hoje, mas tinha medo de continuar com isto e depois ele não querer.

Começamos então a arrumar um pouco por alto, e amanha acabávamos de arrumar o resto, umas vez que já estavam todos um pouco fora de si.
A Andreia e o Fábio foram mostrar os quartos onde iriam ficar cada um. E felizmente ou infelizmente ia ficar num só para mim.
Pedi um pijama Andreia e ela trouxe-me um. Ela era maior do que eu um bocado o que iria fazer a camisola mais comprida.

Ela pôs-se a olhar para mim e eu falei.

- Que foi? - Disse com um sorriso.


- Eu vi os vossos olhares hoje.

- Ah? Que olhares? De quem?

- Não te faças de despercebida. Tu e o David!

- O Andreia, tu sabes, eu amo-o. Mas não passa disso, e isso tu também sabes.

- Pois, tu amas-lo e ele ama-te a ti. Só tu é que não vez.

- Olha Rapariga, vai dormir vai, que só dizes asneiras.

- Está bem 'tá. Asneiras ou não é o que toda a gente vê. Boa noite linda.

- Boa noite Neia.

Não disse mais nada, deu-me um beijo na bochecha e saiu.

Fui tomar um duche rápido, vesti o pijama e deitei-me na cama. Dei umas voltas mas não estava bem comigo mesma. Necessitava de mais, mais algo, e isso estava-me incomodar. Pus-me de pé e olhei para a minha cara ao espelho. Necessitava mesmo...

Ana Sousa*

segunda-feira, 14 de março de 2011

21º Capitulo Parte III - A festa

Olá! Desculpem ter demorado a postar só que tive uma visita de estudo e não dormi em casa estes dias.
Espero que que compreendam. Beijinhos
A'S
***
«Palavra- Saudades»

Senti-me envergonhada com aquela situação, mas só a Andreia naquela sala se tinha apercebido do meu "estado de offline" e pelo que tinha presenciado o David também estava perante o mesmo...
Pus-me de pé e tencionava caminhar em direcção à sala de jantar mas fui interrompida pela mão quente e sedosa do David. Ao sentir o seu toque o meu corpo estremeceu de uma ponta á outra dando-me um leve arrepio. Sem me magoar virou-me para ele e olhou-me profundamente.

- Está linda garota!

- Obrigada. - Senti o meu rosto corar e sorri. - Olha que tu não ficas nada atrás. - olhei-o de cima a baixo movendo a minha cabeça e gargalhamos os dois.

- Então mano! Estou cheio de fome! - ouviu-se o Rúben do outro lado.

- Como sempre né ó seu toto! - falei enquanto me sentava junto á Tááh que por sua vez era ao lado de David, e mando-lhe um sorriso.

- Né seu babaca! Toda gente já sabe manz!

Todos gargalhamos pois o Rúben era realmente um toto e estava sempre com fome.

O jantar estava a correr bem, e já estava toda a gente muito animada. As conversas decorriam por entre sorrisos e gargalhadas enquanto que de vez em quando perdia a força e voltava a olhar para o David. Ele estava realmente perfeito. Tinha uma camisola azul claro da hurley umas calças de ganga que lhe acentavam super bem e umas sapatinhas da nike azuis e brancas. Ele simples era lindo e eu não aguentava não olhar para ele.
O tempo foi passando e quando acabamos todos de jantar nós, meninas, fomos para a cozinha tratar de trazer a sobremesa.
A Neia tinha tratado de tudo, ela adorava fazer doces e além de tudo ficavam sempre super deliciosos. Reparei que se tinha esquecido de tratar dos morangos e então decidi ficar a preparar.

- Ide para dentro lindas. Eu trato disto e já levo. - disse enquanto abria a saca.

- Tienes certeza? Yo ayudo Ana.

- No hay necessidad guapa. Eres rápido Elena.

- Bien. Vamonos con las tortas entonces. - Sorri.

Comecei por ir lavando os morangos um a um e a tirar-lhe as folhas. Depois de os ter lavado peguei em 2 pratos. Num dos pratos coloquei natas e pus vários morangos ao redor fazendo vários círculos ficando com uma certa decoração. Peguei no chocolate de cozinha e aqueci. Depois de aquecido passei o dedo e deliciei-me ao verificar que estava de facto bom. Coloquei um pouco no fundo do prato e coloquei os morangos da mesma forma que, por fim, com o resto do chocolate fiz percorrer a superfície de cada um com um fio fino e doce.

Ainda precisava de outro, mas desta vez mais pequeno e fundo. Estavam ainda num armário superior o que me fez tentar alcançar com certa dificuldade o prato. Numa das minhas tentativas sinto uma mão grande e quente a me envolver as costas e a tirar o prato do armário. Mesmo sem me virar senti a sua respiração um pouco descompassada, e o seu perfume que se entranhava nas minhas narinas de forma profunda e incontrolada. Assim que estendeu o prato virei-me lentamente devido á pouca distância existente entre nós.

- Obrigada! - Estava de novo envergonhada.

- De nada pequenina. - gozou

- Pequenina uma óva. Tu é que és grande. 

- Só desculpas moleca.  - Voltou a gozar. 

- Olha olha, mas aqui o Sr. Grandalhão precisava de alguma coisa era? 

- Nada não. Só vim trazer um pedaço do bolo senão você não come nada. Aqueles babacas tão acabando com tudo.. - Rimos. 

- Será só aqueles babacas? - Tentei imitar o seu sotaque. - Olha que tu não ficas nada atrás. Mas obrigada lindo. Pões aí em cima? - Sorri e apontei para a mesa.

- Precisa de ajuda? 

- Podes-me ir ali só buscar o chantilly se faz favor?

- Claro.  

Passou atrás de mim e o meu olhar olhou-o instantanêamente. O que vale é que estava de costas.
Quando ele abre o armário sorri discretamente e depois vira-se para mim.

- Não tem mais não.

- Não? Pera deve ter aqui... - Virei-me e fui ver noutro armário. - Não, também não tem aqui. - Ao mesmo tempo que me ia virar continuava a falar. - Olha, vamos comer sem cha...

Fui interrompida pelo David que, ao mesmo tempo que me virava, besuntou-me as bochechas com chantilly, começando-se a rir. Fui apanhada de surpresa e dei um grito baixinho porque me assustei.
Ele continuava-se a rir perdido e eu, ali toda suja na cara quando o apanhei desprevenido peguei no chocolate que ainda sobrava e passei-lhe levemente os dedos na bochecha direita e escapei-me dele começando a rir também.
Ainda me conseguiu espalhar mais algum chantilly na cara e eu já não estava a ficar com dores de barriga de tanto rir. 

- Pára David, não aguento mais. - Disse ainda por entre riso.

- Agora vai ter que limpar. Vai vai !

Ele parou e eu peguei num pano, humidificando-o um bocado na ponta. Cheguei junto dele com os olhos fixados um no outro e passei o pano levemente pela parte suja. Fiz várias vezes o mesmo trajecto mas sem nunca tirar os olhos dos dele. Quando ele se ia aproximar quebrei aquilo, embora não o quisesse.

- Já está.

- Agora é minha vez de limpar você. 

Roubou-me o pano da mão se pressas e passou-me numa das bochechas lentamente num sentido obliquo. A nosso distância continuava praticamente nula e o nossos olhares intensos. Ele passou o pano que estava na sua mão esquerda para a mão direita que de seguida fez pousar em cima da bancada. Aproximou-se ainda mais do meu corpo pousando a sua mão na minha cara, eu estremeci e ele sorriu. Levou os seus lábios á minha bochecha direita, á qual ainda faltava limpar, e pousou-os me dando um beijo suave. Desprendeu-os um pouco e fez percorrer a sua língua por toda a parte que continha vestígios de chantilly. Voltei a estremecer. De seguida dirigiu-se ao meu queijo, beijando-o também. Senti-me perder as forças, queria que ele me beijasse mesmo.

Senti o compasso da sua respiração modificar e a ficar cada vez mais intenso perto de mim. Ele olhou-me nos olhos como forma de permissão e cerrei os meus lentamente. Não foi preciso dizer mais nada para rapidamente sentir os seus lábios húmidos, quentes e suaves contra os meus. 
Envolvemo-nos num beijo cheio de sentimento. Não tardou em que as nossas línguas se encontrassem e começarem a balançar numa "brincadeira" entre as duas. Não queria terminar aquele beijo por nada, estava bem ali como só me sentia ao lado dele. Mas rapidamente fomos interrompidos pela voz de Fábio.

- Então meninos, isso vem ou não? - Falou num tom de voz mais elevado para que podessemos ouvir na cozinha.

- Sim. Já está a sair! - Disse afastando-me de David.

- David, mete aí um pouco nesse prato. - Ele pôs e eu sorri.

Antes de ir-mos para junto deles ele ainda me roubou um beijo rápido mas mesmo assim "gostoso" como ele dizia.

****

Depois de todos já terem comido a sobremesa, fomos p'ra conversa. Os rapazes já estavam amarrados à PS e nós apreciávamos como eram tão criancinhas uns com os outros.

Sempre foi um grupo muito simpático e divertido e fizeram com que me sentisse plenamente à vontade com eles. Já se tinham tornado grandes amigos e eu só tinha a agradecer por isso.

Já estávamos todas fartas de os ouvir gritar e a denunciar faltas uns contra os outros por isso decidimos correr com eles da frente da TV e fomos pro' singstar. Começamos individualmente, depois a pares e quando já tinha passando algum tempo já os tínhamos a todos junto de nós a cantar como canas rachadas.
Entreolhamo-nos todas ao mesmo tempo e desatamos a rir perante todas aquelas figuras.

Ana Sousa*

quarta-feira, 9 de março de 2011

21º Capitulo Parte II - A festa

Palavra- Saudade

(Visão de David)

Depois de já estar em casa fui um pouco até á varanda, adorava contemplar Lisboa dali, sentia-me bem comigo mesmo e eu estava precisando de espairecer.
Sentia meu mundo mudando á minha volta e eu, mesmo sabendo que podia, parecia não querer nem conseguir mudar seu caminho. Talvez Deus quisesse assim, até porque tudo tem um propósito e se ele tinha um destino para mim só me restava aceita-lo e viver com ele.
Sentia uma brisa suave me batendo na face o que me fazia arrepiar, não que fosse de frio, mas aquela situação me trazia recordações do meu Brasil e de todo o caminho que percorri até chegar aqui encontrando todas as pessoas que se diziam meus amigos e que realmente se mostravam ser.
Uma saudade danada da minha família bateu no fundinho de mim e senti meu coração apertar. Eu amava eles e custava os ter longe de mim.

O dia teimava em escurecer á minha volta, mas no fundo eu estava bem iluminado, sentia-me feliz. Eu era feliz.
Fecho os olhos me tentando recordar aqueles tempinhos gostosos de miúdo que vivi lá no Brasil, os bons momentos que passei cá no Benfica e toda aquela imensidão de pessoas que estiveram sempre do nosso lado nos apoiando e reconhecendo o nosso empenho e dedicação. Tudo isso estava passando pela minha memoria e um sorriso largo nasceu em mim.
No momento em que abro os olhos, deslumbro uma vista que parecia totalmente diferente á que avia visto antes, a noite continuava a querer reinar e as luzes se tinham acendido. Como era linda aquela vista, fazia-me pensar tanto. Me dava uma sensação de paz e leveza só de a contemplar.


(Vista não situada)
Aí me lembrei da Ná, sim da Ná. Desde que ela apareceu eu lá no fundo, mesmo sem querer admitir, ela dava cabo de mim, ela me avia mudado de uma forma esquisita. Ela estava mudando meu coração. Não havia duvida.
Um sorriso se formou nos meus lábios ao lembrar o dia em que ela 'teve cá quando 'tava doente. Aí mal me conhecia e se preocupou a sério comigo, tratou de mim até ficar melhor. Só de lembrar ela deitada junto de mim sem me querer deixar ficar mal dava uma vontade danada de voltar a ir p'ra junto dela e a beijar, abraçar, dar a ela o carinho que merece. Eu estava ficando apaixonado, eu agora estava percebendo, eu estava apaixonado por ela! Fui tão babaca em não perceber isso antes. Eu hoje ia dizer p'ra ela, tinha que dizer isso p'ra ela.


Lembrei das horas e fui tomar um banho rápidinho, escolhi uma roupa simples e fui ajeitar meu cabelo. Estava em frente ao espelho perdido em pensamentos quando me lembro de mandar mensagem á Ná. Esperava que ela fosse logo ao jantar.



Mensagem:
"Olá Gatxinha!

Adorei a tarde viu? Espero ver você no jantar logo 'tá?
Beijinho David"


Mensagem de Ná:
"Olá David. Eu também amei a tarde :$
Sim, eu já me estou a arranjar para ir. 

Beijo Ná"


Li a mensagem e fiquei com um sorriso de moleque apaixonado, apressei em responder.

  
Mensagem:
"Não precisa se arranjar muito não porque você já é linda assim mesmo :$
Até logo então, beijão 

David"


(Visão de Ana)  

Em menos de 15 minutos estávamos em casa da Andreia. Ela viu-nos a chegar e veio abrir a porta.
Depois de entrar-mos reparei que ainda não tinha chegado quase ninguém. Só estava lá o Javi, a Elena e o Fábio junto deles, comprimentei-os assim como a Tááh e ela juntou-se á conversa.

Eu e a Neia fomos até á cozinha e ofereci-me para a ajudar no que faltava. Ela já era uma grande amiga e sabia que podia lhe contar o que fosse preciso que dali não saía nada. Enquanto a ajudava fomos pondo a conversa em dia, onde o assunto "David" também entrou.


Começamos a ouvir barulho e calculamos que fosse o resto do pessoal a chegar. Nesse momento pensei que o iria ver de novo depois daquela tarde. Um nervoso miudinho apoderou-se de mim e fez-me estremecer de baixo a cima.

Tinha acabado de chegado o Ruben, o Aimar, o Salvio e claro, o David.
Via o olhar do David brilhar e aqueles olhos lindos esverdeados olharem para mim.


Todo o meu nervosismo desapareceu e fui abraçar o Rúben comprimentando-o.
Comprimentei o Aimar e o Salvio e por fim, quando o meu olhar se voltou a cruzar com o de David, num movimento repentino mas totalmente consciente juntei-me ao seu corpo abraçando-o também. Acabei por dar um beijo lento na sua bochecha direita e vi-o sorrir com aquele sorriso que me derretia toda. A mim e a qualquer mulher.



Estivemos todos um bocado na conversa entre gargalhadas. O meu olhar cruzava-se várias vezes com o de David com o intuito de o observar, de poder voltar a olhar para cada traço do seu rosto, cada caracol desalinhado que caia suavemente para a sua face.
Era já pura obrigação por parte do meu corpo faze-lo, sentia necessidade assim como desejo de o sentir tocar-me de novo, de me abraçar e beijar.
Poder voltar a sentir aqueles lábios suaves e quentes contra os meus, poder sentir o seu aroma inconfundível e insaciável que me deixava completamente rendida.



Queria correr para os braços dele mas não podia. Por instinto sentia que, muitas vezes, ele também me observava, e quando o olhava confirmava essa minha suposição. Ele olhava para mim com o mesmo "desejo" que eu, conseguia ler neles a mesma vontade e o mesmo carinho em o ter por perto.

O nosso olhar procurava desconfortantemente um foco seguro para nos podermos contemplar mas que era sempre interrompido por alguma pergunta ou alguma chamada de atenção.
Estava num sofá perto do dele, mas que mesmo assim parecia uma distancia enorme. Não aguentei e voltei a focar-me no seu sorriso lindo e que me inundava de felicidade por dentro. O nosso olhar voltou a cruzar-se e desta vez pregaram-se um no outro. Larguei um sorriso sincero ao qual ele correspondeu com outro totalmente lindo e sincero. Estávamos assim á algum tempo, a navegar no que parecia ser irreal.

Sentia-me num lugar claro, muito claro. Uma luz tão forte que por vezes me obrigava a pestanejar, mas não me aleijava. Muito pelo contrário, me dava uma sensação de frescura e suavidade. Senti-me elevar desprendendo assim os meus pés do pequeno pedaço de terra que me segurava e me mantinha de pé. Deixou-me flutuar como se de asas se tratasse. Era uma sensação única e indescritível a meu ver. Comecei a sentir uma leve brisa a bater-me no corpo, corpo praticamente despido pelo vento e pela alma.
Uma gota de água, ligeiramente mais fria, fez-se sentir junto da minha maça do rosto ao qual deslizou e caí na minha barriga inclinada pela flutuação.

Eu limitei-me a observa-la deslizar pelo meu corpo me causando uma sensação de frescura por onde passava.
Sentia a minha alma vagiar por aquela imensidão de vazio que não tinha restringentes nem obstáculos. Era apenas eu no meio do nada, e do tudo. Não me sentia sozinha, estava feliz completa e segura.
Ao longe avistei uma luz diferente que á medida que se aproximava intensificava-se. Queria mostrar-me algo, vi a junção de formas á qual deu origem a uma imagem da minha mãe. Sorri e a imagem desapareceu mas, tal coisa voltou a formar-se e vi momentos vividos com a Rita, com o Paulo. Voltaram a desaparecer.

Fiz um simples gesto á qual também não sei descodificar, e a distancia ao chão tornavasse pouca. Mas algo me prendeu, ainda não tinha que ir, uma espécie de voz falava dentro de mim como para esperar, olhei em frente e vi, nessa mesma luz, David. Estava com um sorriso perfeito e um bebé ao colo. Senti-me voltar ao chão ainda assim leve e branco.
Continuava a olhar em volta e não via nada, apenas um vazio reconfortante ao qual me amarrava.



Desci á terra com o chamar da Andreia para ir comer. Foi aí que os meus olhos se desprenderam do David.


- Então? Vocês os dois, não vêm comer?!


- Ah? Vamos. Claro que sim. - dizia atrapalhada enquanto me levantava.


- Vamô, vamô. 


Ana Sousa*

21º Capitulo Parte I - A festa

Espero que tenham tido um bom Carnaval.
E este dia foi nosso! Feliz dia das Mulheres :D
Beijinho
A'S

Palavra - Caracoleta

(Visão de Rita)

Saí de casa com o Rúben para estarmos um bocadinho juntos antes de ele ir para o treino. Aproveitamos para ir até á praia e namoramos um bocadinho entre carinho e conversas animadas. Ele era um homem tão divertido e querido para mim, tenho tenha tanta sorte em o ter comigo...
O tempo passou a voar e estava a ficar na hora dele, eu fui para a loja e ele para o treino mas não antes sem expressarmos o nosso amor...


O dia 'tava a ser agradável e até parecia passar rápido. Hoje estava a haver pouca clientela o que me desagradava bastante.
Estava a fazer uma limpeza à loja e a pensar em dizer à minha pulga para irmos almoçar ao Chiado mas o Rúben "trocou-me as voltas" quando me ligou para ir almoçar com ele.


- Estou amorzinhooo!

- Olá linda. 'Tá tudo bem?

- Sim. Então esse treino correu bem?


- Correu. Aqui o mano é que anda um bocado coisee mas vá, ade passar...

- Pois, mas se ele realmente acabou com a Cátia como me disseste só lhe vai fazer bem... Sabes que nunca gostei muito dela, e ele merece melhor..


- Alem de ter feito o que fez ao David até não era má rapariga só que pronto, ele merece bem melhor é verdade.. E nós, vamos almoçar juntos? - Foi notório a sua mudança de tom e que lhe havia nascido um sorriso no rosto.


- Pode ser lindo...


- Então eu vou passar em casa da minha mãe e depois passo aí a buscar-te ok?

- Está bem amor, eu espero por ti..


- Beijo, Amo-te Tááh. 

- Eu também querido! Beijinho..

Uma vez que ia almoçar com o Rúben, decidi mandar uma mensagem à Ana. 

Mensagem
"Ola linda, hoje não como em casa. Não faças nada para mim.
Beijinho, até logo á noite.
Tááh :)"

A resposta dela não tardou em chegar.

Mensagem de Pulginha:
"Olá amoree.
'Tá bem, vê se te portas, aii !
Beijinho Ana"


*******


(Visão de Ana)


Estava a sentir-me nas nuvens, nem queria acreditar que consegui dizer o que sentia, muito menos que aquilo acontecera.
Estava completamente caida por aquele homem, ele era simplesmente tudo. Sentia-me completa e feliz junto dele, e isso agradava-me.
Não estava a conseguir tirar o sorriso da cara, mas também não estava preocupada, estava feliz embora ele não sentisse o mesmo que eu.
Estava a ver televisão mas acabei por adormecer no sofá enquanto pensava no David...


Devia ter dormido umas 2 horas e acordei já com alguma dor de costas. Peguei no telemóvel e este marcava 17:00h. Tinha uma mensagem da Andreia.

Mensagem de Andreia:
"Olá mii amoree!
Olha, o Fábio lembrou-se de fazer um jantar e uma festinha cá em casa, não é nada de grande por isso quero-te a ti e à Rita aqui bem bonitinhas ás 20:00h ok?
P.S: Não aceito um não! ahah
Beijinho Neia"


Se fosse noutra altura dizia que não, mas de certeza que o David ia estar lá, e eu só me apetecia voltar a vê-lo, beija-lo, mesmo que ele tenha saído á algumas horas de ao pé de mim... 
Resolvi então responder.


Mensagem:
"Olá Linda!
Por acaso até 'tás com sorte. Eu aceito :b

Ainda não falei com a Tááh mas ela deve 'tar a chegar e de certeza que vai.
Até logo, beijinhos
Ana :)"


Ter adormecido no sofá não me fez muito bem ás costas estava a precisar de um valente banho para poder relaxar os músculos, por isso encaminhei-me para a casa de banho.
Desta vez não foi de chuveiro, abri a torneira de água quente e deixei que enchesse a banheira até meio, entrei e deixei-me estar lá algum tempo.

O tempo foi passando e a saudade trouxe as memórias da minha mãe. Relembrei as brincadeiras, as zangas, as festas de família, o seu aniversário. Senti crescer uma lágrima no canto do olho que depressa se derramou e se juntou ao mar de gotas que eram delimitadas por aquela banheira, mas que ao mesmo tempo, além de toda a saudade que tinha dela, surgiu em mim um sorriso, um sorriso de orgulho, orgulho esse que sentia por ela ser minha mãe, por ser filha de uma mulher lutadora como ela foi.


Comecei a sentir frio e decidi sair. Enrolei-me numa toalha, coloquei outra no cabelo e fui para o quarto.
A minha Tááh já tinha chegado e veio bater á porta.

- Posso meu amor?


- Claro que sim, entra. - chegou-se ao pé de mim e beijou-me na face.


- Correu bem o dia?


- Aii se correu. - Não iria conseguir esconder aquela tarde dela.


- Uii conta lá o que se passou? - já estava de pernas cruzadas em cima da cama pronta para me ouvir.


- Primeiro diz-me uma coisa, a Andreia disse-te alguma coisa do jantar?


- Disse, mas ainda temos tempo, vá conta lá.


- Está bem, pronto chata...

Coloquei-me da mesma forma que ela em cima da cama e contei-lhe tudo o que tinha acontecido, inclusive que tinha admitido que o amava.
Ela ficou muito contente por ter finalmente admitido que o amava e abraçou-me com força.


- Vá, agora que já estou a par de tudo vou tomar um banho! 


- Vai, vai. Shóó daqui ó galinha!



Enquanto punha o creme ouvi o meu telemóvel dar sinal de mensagem, fui ver era o David.

Mensagem de David:
"Olá Gatxinha!

Adorei a tarde viu? Espero ver você no jantar logo 'tá?
Beijinho David"



Respondi já com um sorriso na cara.


Mensagem:
"Olá David. Eu também amei a tarde :$
Sim, eu já me estou a arranjar para ir. 

Beijo Ná"

Mensagem de David:
"Não precisa se arranjar muito não porque você já é linda assim mesmo :$
Até logo então, beijão 

David"
 
Já com o sorriso de novo acabei de por o creme e no fim fui escolher a roupa. Ainda estive indecisa mas lá acabei por escolher. Depois fui escolher o da Tááh, já sabia que me ia pedir opinião por isso adiantei-me.
Vesti um vestido amarelo e uns tacões pretos lindos que a Tááh me tinha oferecido, coloquei um colar simples e umas pulseiras. Deixei o cabelo com o os caracóis normais e estava pronta.




Ana



Rita



- Weeláá. Estás um arraso!


- Olha que tu não ficas atrás Tááh!


- 'Tá bem, 'tá bem. Se eu não soubesse para onde ias e para quem era isso nem te deixava sair de casa! Ai não que não deixava!


- Deixa de ser parva. Estás pronta? 


- Estou. Mas que horas são.


- São 19:15h mas eu quero ir ajudar a Neia. Deve ter muito que fazer.


- Pois. Deixa-me ir só buscar a minha bolsa. Vamos no meu carro.

- Ok chefe! - sorri-lhe por ela ter-me chamado chefe.

Depois de ela ter ido buscar a mala descemos até ao carro. Quando entramos ela apanhou-me a roer as unhas. 


- Então? Que é isso? É tudo nervosismo para ver o Giraço?


- Vá não gozes 'tá? Despacha-te mas é senão chegamos lá e já 'tá tudo pronto.


- Ok ok. Não digo mais nada óó caracoleta pequena. - Fuzilei-a com o olhar mas não me contive e começamos as dias a rir.


Espero que gostem e que comentem
Beijinho, Ana Sousa