quarta-feira, 23 de março de 2011

23º Capitulo Parte I - A necessidade

Olá gentee!
Antes do capitulo gostava de fazer-vos uma pergunta. Uma das leitoras deu a sugestão de por "quem fala" nos diálogos.
Na minha opinião eu acho que acaba por se perceber pois identifico a pessoa, ou nas didascálias ou na fala seguinte, contudo, gostava da vossa opinião e saber se também preferem.
Hoje deixo aqui um capitulo maiorzinho. É o cap. 23 :b
Beijinhos
A'S
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Palavra: Pedido


Depois de longos minutos a olhar, sinceramente, o nada, acordei do meu estado pensativo e sorri levemente ao lembrar, de novo, tudo aquilo pelo que estou a passar. Mesmo sem ter o David eu estava feliz, feliz por ter uns amigos verdadeiros que sempre me acolheram com os braços abertos, por ter a Tááh a morar comigo, por estar bem com o meu trabalho, estava feliz por ver aquele meu amor feliz, sim porque nunca tinha vido a Tááh tão feliz. Desde que conheceu o Rúben nasceu um brilhinho nos seus olhos que, a partir de aí, cresceu até se tornar num amor praticamente perfeito que estão os dois, sem duvida, a viver. E além de tudo, amar David, mesmo sem ser correspondida, não era um sofrimento tão grande. Com ele sentia paz, amor, segurança, sentia-me bem como nunca me sentira á muito e, arrisco-me a dizer que talvez, nunca nada com tanto sentimento. A necessidade estava a consumir-me e a tornar-se cada vez maior dentro de mim. Um força maior começava a comandar o meu corpo de uma forma incontrolável. A verdade é que eu também queria. Queria e necessitava.

Para ser sincera também já estava farta daquelas voltas e daquele vai ou não vai que a minha cabeça ordenava fazer. Deixei cair toda a razão, se dela existir alguma, e despi o medo que tinha. Calcei uns chinelos que a Andreia me avia disponibilizado para caso precisasse esta noite, respirei fundo e saí tentando me lembrar qual das portas era o quarto onde David ficara.
Percorri o pequeno corredor com várias portas sem fazer barulho e parei em frente de uma, era aquela. Decidi não bater á porta, a minha intenção não era ele ver-me, apenas o queria observar, poder olhar para ele o tempo que quisesse. E se batesse á porta poderia até acorda-lo, o que não queria.
Abri a porta devagar para não fazer barulho e voltei a fecha-la. Encostei-me á mesma com as duas mão atrás de mim ainda amarrando a maçaneta. Ele estava ali deitado, virado para mim, com aqueles caracóis um pouco desalinhados e com uma expressão linda e serena.
Não resisti e aproximei-me. Aninhei-me junto da cama e observei-o durante uns segundos. Percorri toda a sua face com os meus olhos esverdeados para contemplar toda aquela beleza e simplicidade. Não resisti, o desejo de sentir a sua pele foi maior do que alguma vez imaginara e, com cuidado, deixei que o meu desejo mandasse levando assim a minha mão esquerda á sua face que se encontrava quente e suave como ceda. Levei a minha mão, sempre cuidadosamente, aos seus caracóis desviando assim os mais teimosos que faziam por cair para a frente.

Adorava olha-lo, senti-lo, não só fisicamente, mas sentir que ele estava lá, onde eu estava.
Ele mexeu-se ligeiramente, fazendo mover também a coberta deixando uma parte do seu tronco desnudado descoberto. Ao aperceber-me do seu movimento desviei-me e retirei a minha mão da sua nuca evitando que acordasse. Achei por bem voltar para o "meu" quarto e ir descansar. Levantei-me e, depois de não conseguir resistir a observar o seu tronco, puxei a coberta para cima para que não viesse a ter frio.
Voltei a fita-lo e dirigi-me à porta. Voltei a abri-la de forma calma para que não fizesse barulho mas fui travada pela voz que, lá no fundo, queria muito ouvir. 

- Onde 'cê vai? Gostava mais quando estava me observando. - Estremeci de uma ponta á outra por saber que, afinal, ele estava acordado e me vira ali, junto dele. - Não vá.

- David... - Tentei falar.

- Não diga nada não. Venha aqui p'ra junto de mim. Não tem mal...

- David, ainda deves estar animado. De certeza que sóbrio não irias aceitar. O melhor é mesmo ir. - Voltei a abrir a porta, mas desta vez mais. - Boa noite Davi... 

Senti um braço quente apertando ligeiramente o meu braço que, naquele momento, se encontrava um pouco frio mas que rapidamente aqueceu, pelo toque que David provocou, devido à diferença de temperaturas.
Olhei-o e fiquei se jeito quando vi aquele corpo devidamente estruturado e divinal apenas de boxers à minha frente. 

- Por favor, fique. Lhe estou pedindo. - Suplicou. - Não tem mal, afinal, somos dois amigos né?

Aquelas palavras tinham-me deixado um pouco triste, mas ele apenas disse a verdade, era-mos dois amigos, apenas amigos... Acabei por ceder e deitei-me junto dele.
Estávamos um em cada canto da cama o que de certa forma, se pudesse, me punha a roer as unhas devido aos nervos que me estavam a consumir por dentro.
David mexeu-se o que fez uma lufada de ar mais fresco percorrer a cama por entre os lençóis que nos cobria o corpo. Arrepiei-me e aninhei-me sob o meu próprio corpo. 

- 'Cê 'tá com frio? Se chega p'ra cá vai. Posso aquecer você.

Ao mesmo tempo que o diz estica um dos seus braços e puxa-me para junto dele. Senti o calor do seu tronco nu contra o meu o que me fez estremecer. Devagar, virei-me para ele ficando as nossas caras praticamente coladas uma à outra. O nosso olhar fixou e eu já sentia um misto de sentimentos. 

O meu coração já batia descontroladamente, o meu corpo elevava a temperatura perante o corpo de David, já podia sentir as típicas borboletas a voarem na minha barriga como se fossem milhares. O sangue que percorria todas as minhas veias e capilares fervilhavam cada vez mais em cada parte por onde passava. Estar ali com ele era algo que nunca avia imaginado, nem sequer em pequenos sonhos iludidos pelo sol e esperança de um só gesto, voz, ou olhar.

- Já está melhor ? - perguntou-me serenamente e sem nunca tirar os olhos de mim.

- Já, muito melhor. Obrigada. - Sorri envergonhada e o "obrigada" foi lhe dito nos olhos.

A ideia de que não iria conseguir adormecer ali junto dele devido ao nervosismo e ansiedade era cada vez mais clara. Olha-lo nos olhos era que nem uma esperança nova, e senti-lo tornava-se um desejo insaciável e necessário. O som que se fazia ouvir provocado pelo bombardear do meu coração aumentava, não só pela situação de estar ali com ele mas também, pelo silêncio que era cada vez mais notório naquele quarto rodeado pelas quatro paredes que nos deixavam envolver num momento a dois, sem testemunhas nem outro qualquer ser.

O nosso olhar não desfocou mais pela rapidez com que, de costume, se move diariamente. Estavam estagnados a olhar um no outro como se tivessem perdido as forças para tal movimento. O desejo e a distância, relativamente a nós, opunham-se.
Sentia a respiração profunda e quente de David cada vez mais perto, a distância tornava-se cada vez mais escassa. Mas o desejo, esse aumentava cada vez mais com esse encurtamento. David queria tanto quanto eu aquela entrega aos lábios um do outro, sabia disso, agora mais do que nunca. De uma forma lenta e carinhosa ele acabou com aquele pequeno espaço que nos separava e beijou-me. Um beijo calmo e sentido, com tudo aquilo que me fazia estremecer sempre que tal se sucedia.
Não foi sequer preciso as nossas cabeças se separarem da almofada para que nos entregasse-mos por completo aquele beijo nem pedir permissão para que as nossas línguas se entrelaçassem e, perante uma dança um pouco descompassada, sentissem o sabor e a leveza de cada uma.
Levou uma das suas mãos à minha face e acariciou-a com o seu pulgar ao mesmo tempo que zelava-mos aquele beijo com pequenos toques de lábios. Sorri-lhe mostrando o meu agrado por aquele momento e ele retribui.
Mas os nossos lábios não estavam completamente saciados e voltaram a envolver-se perante os mesmos gestos algumas vezes. Depois de um pouco saciados, o nosso coração acalmou deixando de bater tão fortemente conseguindo assim, depois de algum tempo, adormecer no peito de David com a minha mão entrelaçada na dele.

(Visão de David)

Estar ali com ela estava a por meu coração descontrolado. Necessitava tanto dos seus beijos assim como ela. Não resisti e tive que juntar os nossos corpos assim como os nossos lábios. Por entre os beijos que partilhava-mos deixava sair todo aquele sentimento, que agora via nascer, aumentar provocado pelos momentos que estava a passar com ela, e pelo seu próprio ser.
Não me contentava e ela também não, queria matar todo aquele tempo "desperdiçado" em que não a beijei, em que, mesmo tendo olhado ela de outra forma não ter sido da maneira mais profunda possível e trazer ao de cima tudo aquilo que estou descobrindo verdadeiramente em tão pouco tempo.
Depois de termos acalmado nossos corações e de uma troca de caricias ela adormeceu junto do meu peito. Cobri-a mais com os lençóis e fiquei observando ela. E como era linda, perfeita, ao natural...
Depois de uns valentes minutos a olhar p'ra ela o sono apoderou-se de mim e teimava em fazer meus olhos fecharem. Era a primeira vez que iria dormir junto dela e, de certeza, que iria dormir que nem um anjo. Acomodei-me um pouquinho, devagar, para que não despertasse e deixei-me dormir, ali, bem pertinho dela.

****

(Visão de Ana)

Acordei cedo, ainda sobre o seu peito quente e macio. Custava acreditar em tudo aquilo mas preferi não pensar. E mesmo que fosse um sonho, não me importava, queria vive-lo até ao segundo em que estaria previsto despertar.
David dormia serenamente e com um dos seus braços abraçado a minhas costas para que não lhe escapasse. Sorri ao pensar nisso e dei-lhe um beijo na sua bochecha esquerda sem intenções de o acordar. Como ele estava lindo, aquela pouca claridade que fazia incidir no seu corpo fazendo-o brilhar deixava-o com um toque desejável.

Pus-me de pé e fechei a cortina para que não acordasse por causa dos raios da manhã. Vi as horas e fui para o outro quarto. Vesti a mesma roupa e decidi ir fazer o pequeno almoço para esta molecada toda que, de certeza, ia estar a morrer de fome, para depois ir para casa tomar um banho e trocar de roupa.

Desci as escadas e dirigi-me à cozinha começando a procurar as coisas para por na mesa.
Preparei uma séries de coisas para encher a mesa, e mesmo assim, desconfiava que ia tudo num instante. Pois, precisava de pratos... Sorri ao lembrar o dia anterior nesta mesma situação.

- Deixa moleca. Eu apanho isso. - David vinha já vestido, a coçar os caracóis e com um sorriso perfeito. Pegou em 3 ou 4 pratos e entregou-mos. - Você é mesmo pequenina... - Gozou

- Olha vai gozar com outra tá? Tu é que és grande, já disse! - Dei-lhe uma pequena palmada no ombro e sorri. Ele beijou-me a bochecha direita e parou ao meu lado.


- Vá eu ajudo você com isto!

- Não precisas David. Já está tudo pronto. Só falta cortar o pão.


- Pronto, e eu corto! - Sorriu-me.

- Não David, eu faço, deixa. - Estávamos os dois a tentar ficar com a saca do pão e só paramos quando já estávamos praticamente um em cima do outro encostados ao balcão.

- Huum, que cheirinho! - Andreia acabara de entrar. Nós descolamo-nos num ápice sem que ela desse por ela e David aproveitou, mesmo estando constrangido, para me tirar a saca da mão.

- Sim, decidi fazer o pequeno almoço para esta gente. Espero que não te importes que tenha invadido a tua cozinha.

- Ohh, deixa-te disso miúda. - Sorriu-me e deu-me um beijo na Bochecha. - Então, já que fizes-te o pequeno almoço eu vou acorda-los. - Disse pegando num pedaço de queijo e dirigindo-se para fora da cozinha.

****

Depois de já estar toda a gente pronta, tomamos o pequeno almoço e, depois de alguma conversa foram se despedindo e indo embora. Faltava eu a Tááh o Rúben e o David.

- David, emportas-te de levar a Ana a casa? É que eu e o Rúben queríamos passar nuns sítios antes de irmos embora...


- Claro que não. Deixo ela em casa na boa. Não se preocupa com isso. 'Cê se importa Ná?

- Deixa estar David, eu vou de táxi, não precisas de me ir levar de propósito.


- Você se esqueceu que eu para ir para minha casa quase que passo pela sua? Não vai nada de táxi, eu levo 'cê.

- Ok, se é assim aceito.

- Obrigada meninos. - Disse a Tááh com um sorriso nos lábios que eu percebi perfeitamente a sua intenção.

Levantamo-nos para ir embora e quando me ia despedir da Tááh, cheguei-a junto de mim e sossurei-lhe.

- Eu percebi esses sítios espertinha. Vais paga-las. - Sorri-lhe e ela riu discretamente.

****

Ia no carro com ele e sinceramente não inibia de mostrar a minha felicidade. Ia com um sorriso de orelha a orelha a olhar para a janela e a pensar em todos aqueles momentos que tinha experienciado quando fui interrompida por ele.

- Você 'ta muito cansada? - perguntou sem tirar os olhos da estrada.

- Um bocadinho, mas nada de mais. Porque? 

- Por nada não. - Senti-o nervoso.

Alguns minutos depois reparei que não estávamos a ir pelo caminho certo.

- David, enganaste-te. A minha casa é para aquele lado...


- Eu sei moleca. Não sou bobo não.


- Então...

Desisti de continuar porque sabia que não me iria dizer nada. Quando dei por mim estávamos junto á praia.
Saímos do carro e ele sorriu-me.

- Tira seus tacões vai.

Fiz o que ele disse e entramos para a areia. Nesse mesmo instante um flash, extremamente doloroso, que se penetrou na minha cabeça como um raio que me fez reviver a memoria do que passei ali, era aquela praia. Na minha cabeça se formou imagens devidamente construídas que formavam uma plena impressão da realidade. O carro a bater, o fumo, a areia, o mergulhar na água e ficar descontrolada, o frio. Tudo passou por mim como uma velocidade tremenda e desmedida. Amarrei-me á nunca e gemi baixo.
O David reparou e amarrou-se a mim preocupado.


- Ana, que você tem? Ana? Tá me ouvindo? - Dizia visivelmente desesperado.

O seu toque num instante me abrandou a dor e, lentamente, a restante desta desapareceu. Acabei por confessar a David o que tinha acabado de acontecer.

- Não devia ter trazido você aqui. Me desculpe. É melhor irmos... - Dizia cabisbaixo.


- Não David, não é preciso a sério. Vamos.


- Tem certeza?


- Sim David. 

Continuamos a percorrer a areia até chegarmos perto do mar. Uma onda mais descontrolada deslizou mais até aos nossos pés e eu desviei-me, tive medo que voltasse a acontecer.

David amarrou-me na mão e fixou o olhar no horizonte.

- Tenho que lhe dizer uma coisa...


- Fala. Passa-se alguma coisa?


- Passa-se que eu sou um bobo em não ter abrido os olhos mais cedo...


- David, fala. Estas a deixar-me preocupada.


- Ana eu agora vejo... Estou apaixonado por você... Eu te amo!

- Tu o quê?


Ana Sousa*

8 comentários:

  1. Amei!
    Que capitulo lindo!
    Ai que fofinhos :D
    Adoro!
    Beijinhos

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  2. maravilhoso...

    quero mais...

    continua...

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  3. WOOW oh meu amô que capitulo estrondoso !!
    ADOREI *.*
    Opah tá lindo, lindo ^^
    Amei cada momento, está fantástico minha linda :)

    Resta-me pedir-te mais... quero a continuação, shim?? :DD

    Beijão moleca**
    JúCaa*

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  4. Ohh tiinha mesmo de acabar nesta parte?? =DD

    QuerO maiis, gOstO muiitO.. =D

    BjnhO miinha liinda.. ;)

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  5. Nunca tinha comentado mas quero que saibas que eu sigo sempre e adorooooooo...
    Continua ah e este capitulo está simplesmente brutaalllll
    bjin

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  6. OMG

    Eu nem sei se te mate ou sei lá.

    Primeiro fiquei mesmo contente com o David ter dito aquilo e eles terem dormido juntos mas depois acabas-me aqui.

    Tu vais pagar caro aninhas, vais vais :b

    Ja sabes que quero mais (A)

    Beijinho

    Me gusta mucho de ti mi amore :D

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  7. Obrigadaa Minhas lindas <3

    E Nii, não vou pagar nada, o próximo deve 'tar para sair.. :b

    A'S

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