segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

20º Capitulo Parte II - "quero ter certeza.."

«Palavra- Caracóis»

Ele entrou e eu pude observado por momentos, olhei-o de cima a baixo mesmo sem querer, e meu Deus como ele era lindo! Não admirava ama-lo..
Sentamo-nos no sofá e ele olhou-me com cara tristonha, estava a sentir-me inútil. Doía-me só de o ver assim, de saber que ele estava a sofrer por alguma coisa e eu não estar a fazer nada...


- David, que se passou? Porque estás assim? 


- É que... - baixou a cabeça e volta a olhar para mim. - Eu não estava aguentando mais...


- Não estavas a aguentar o que David? Estou a ficar preocupada. - disse enquanto lhe pegava na mão.


- Acabou tudo. Ela me estava a fazer vida negra, não estava aguentando mais. Ela não mudou nada.. Está cada vez pior!


- Calma lindo. Estás a falar da Cátia? 


- Sim Ná. Dessa aí que só virou minha vida para me tirar a felicidade... Acabei tudo.


- E agora como te sentes? 


- É isso que não sei, não 'tou conseguindo perceber..


- Mas.. Não te sentes mais aliviado? Achas que te precipitas-te? - disse confusa.


- Não, não me precipitei. Sinto-me mais aliviado mas não sei o que sinto, minha cabeça está uma confusão...


- E ela como reagiu? Que lhe disses-te?


- Disse que ela andava piorando e que assim já não amava como antes não, que tinha outra pessoa entrando no meu coração e que nesse momento não a queria do meu lado. E ela se foi embora, apenas disse que me ia arrepender...


No momento em que disse que o coração dele estava a ser ocupado por alguém tudo o que fazia parte de mim inchou de expectativas. Podia, podia ser...
Deu-me um aperto de felicidade mas ao mesmo tempo sabia que era uma ideia um bocado absurda. Aquilo foi uma desculpa que ele devia ter dado, só podia...


- Ana? 'Tá me ouvindo? 


- Ah? Sim, estou a ouvir, só estava a pensar numas coisas.


- Quer que vá embora? - Disse ao tentar por-se de pé mas pousei as minhas mãos na sua barriga e puxei-o de novo para o sofá. - Nem penses ó barriginha Nestle! 

- Barriginha Nestle? - disse com ar matreiro já ao atirar-se para cima de mim a fazer-me cocegas.


- Aii, pára pára! Não aguento mais.. David... 


Para alem daquela sensação de desespero e de cansaço quando nos fartamos de rir por nos estarem a fazer cocegas, estava feliz com ele ali, com ele do meu lado a brincar comigo daquela maneira tão aberta, de ele me ter procurado a mim para desabafar.
Eu gostava dele, essa era a verdade que tanto quis esconder e que hoje ainda tenho medo de lhe dizer, não me queria magoar muito menos a ele. Era uma pessoa muito especial para mim, tem um futuro lindo na vida e pessoas que o amam, não queria estragar isso por nada, nem que isso implicasse estar longe dele, era difícil mas fazia-o. 
Aquela cara fazia-me delirar, como ele era prefeito, cada traço, cada pedaço de pele e de cabelo. Aqueles caracóis um pouco desalinhados mas naturalmente lindos e invejados..

 Ele ia largar-me, mas quando o fez, senti algo a puxar pelo travessão que tinha no cabeço.


- Aiii!Os meus caracóis!


- Aii, espera espera, não puxes. Eu tiro.

Nesse momento ele parou de se mexer, a sua face estava a poucos centímetros da minha e perante olhares cada vez mais intensos.
O meu sangue fervilhou e subiu pelo meu corpo todo aquecendo-me, o meu mundo parou e senti-me babada ao olhar para ele, o desejo consumia-me cada vez mais com aquele respirar quente e um pouco descontrolado. 
Senti-o levar uma mão á minha cabeça desprendendo assim o nó criado pelos seus caracóis e, num movimento lento e carinhoso levou-a á minha face pousando assim na mesma. Deixei-me cair lentamente para trás no sofá e ele seguiu o meu corpo mantendo-o sempre junto ao dele sem nunca aumentar o espaço entre nós.
Os centímetros tornavam-se escassos, ao contrário do meu desejo que sentia para o beijar, esse sim aumentava. Sentia cada vez mais a sua respiração ficar descontrolada e mais intensa, aí notei, senti, senti pela primeira vez que ele estava a sentir o mesmo que eu, o mesmo desejo que quase me dominava o corpo por completo.
Estava a sofrer com aquela "distancia" entre nós, que embora mínima, me estava a torturar, mas não o beijei. Queria que fosse ele a dar esse passo, não me queria culpar de novo e ficar na dúvida se ele quis ou não.
Mas ele acabou com aquilo, acabou com toda a distancia entre nós e beijou-me, o que me fez deixar cair toda a razão do sofá. Um beijo profundo, sentido e com carinho. Começou pelo simples toque de lábios que me fez arrepiar, que lábios, que pele, que homem! Ainda a "medo" envolvi os meus braços no seu pescoço juntando-o mais a mim. Um beijo suave que se intensificou e envolveu as nossas línguas numa dança magnifica e ritmada. 
Eu não queria, mas aquilo tinha que terminar, ele estava confuso e podia não ser aquilo que queria.


- David... - disse quase sufocada.

- Shiiu. Quero beijar você, quero ter certeza..


Não o voltei a questionar, nem sobre essa "certeza" que ele falou. Peguei nele e voltei a beija-lo. Desta vez foi mais intensamente, ainda mais profundo e mais desequilibrado. Como amava beija-lo, senti-lo junto de mim, sentir-me segura e protegida por ele, só ele.
Esincertezas naquelas horas com ele, fez-me desistir da razão e manter o desejo em primeiro.


- David, almoça comigo. Fica comigo hoje..




Ana Sousa*

domingo, 27 de fevereiro de 2011

20º Capitulo Parte I - "Você me pode ouvir?"

Olá gente!
Primeiro quero dar parabéns ao nosso Benfica que, alem de vencer hoje, tem 17 vitórias consecutivas! E por isso hoje temos mais um capitulo :D
Em segundo queria pedir-vos que respondessem a sondagem, sobretudo com sinceridade! 
Beijocas   A'S

Palavra: Caracóis


Tinham passado quase dois meses e eu já me sentia melhor e com vontade de vencer a vida, embora tivesse as minhas recaídas.
Com a Tááh e o Rúben aquilo estava a correr super bem, eles amavam-se e isso via-se á distância. Sentia-me tão feliz por ela, ela merecia ser recompensada pela pessoa que era, era o meu orgulho, a minha menina.

Eu e a Tááh já conhecíamos algum pessoal do nosso Benfas de uma vez que a Tááh me pediu para a levar ao caixa ter com o Rúben porque não tinha carro. Eu simpatizava com todos eles, mas principalmente com o Fábio, com a Andreia, que de uma forma me faziam sentir mais á vontade.

Em relação ao assunto "David" não há muito para dizer, continuava tudo igual. Eu e ele continuamos a falar de vez em quando, e só estava com ele quando vinha cá a casa deixar o Rúben ou assim, e aquilo com a tal Cátia parecia andar feio, mas enfim, eu iria ter que aguentar e seguir com a minha vida, com ou sem ele do meu lado.


Eu andava com umas necessidades que as vezes nem eu sabia explicar. A verdade é que ele se tinha tornado numa pessoa indispensável, mesmo sendo como amigo, era uma espécie de fonte segura na minha vida que eu precisava.


Acordei de manhã para ir trabalhar, era sexta feira e estava sol. Fui tomar um banho e vesti uma coisa mais fresquinha.


Fui até a cozinha para comer qualquer coisa e a minha linda estava lá com o Rúben.


- Bom dia lindos.


- Bom dia minha pulginha.


- Bom dia Aninhas. - Disse o Rúben levando á boca um pedaço de pão.


- A pé tão cedo? - Disse enquanto pegava num croissant e num iogurte 


- Sim, o Rúben tem treino daqui a 1 horas e eu vou ficar com ele até ele ir, vamos dar uma volta ou assim. Mas pelos vistos não somos os únicos.


- Eu tenho que ir para o trabalho lembraste?


- Mas linda, ainda é tão cedo, nem 08h são! 


- O que? Ainda.. Oh esquece fiz confusão. Vou ver televisão então. Beijinho meninos, juízo! - Disse com um sorriso matreiro enquanto me sentava no sofá e eles se preparavam para sair.


- Beijinhos Linda. Fica bem.

Deitei-me no sofá a ver televisão e lembrei-me de ir ver as noticias ao pc' e verificar o correio eletrónico.
De repente oiço o meu telemóvel a dar sinal de chamada e atendo.


- Bom dia menina Ana.


- Bom dia Sr. Gonçalo, passasse alguma coisa? - disse preocupada


- Não se passa nada, tenha calma. Era só para avisar que hoje não precisa vir trabalhar, assim tem um fim de semana prolongado. Temos cá uma senhora nova para trabalhar que vai estar na responsabilidade da D. Adelaide. E como você raramente faz férias é uma recompensa.


- Obrigada Sr.Gonçalo. Até Segunda então. Mas se precisar de mim diga.


- Com certeza Menina. Bom fim de semana.


Boa, agora é que não tinha mesmo nada para fazer, mas também não me apetecia sair.
Pus-me a ver televisão mas como sempre não dava nada de jeito.
As horas foram passando e quando dei por mim tinha duas mensagens.


Mensagem de Tááh:
"Ola linda, hoje não como em casa. Não faças nada para mim.
Beijinho, até logo á noite.
Tááh :)"

Mensagem:
"Olá amoree.
'Tá bem, vê se te portas, aii !
Beijinho Ana"


Mensagem de David:
"Olá Ná, precisava de um ombro amigo pra' falar. Você me pode ouvir?  :S

Beijão David"

Senti o meu coração mingar e fiquei preocupada com ele, devia se estar a passar alguma coisa. Aprecei-me em responder.


Mensagem:
"Olá David. Claro que sim, sabes que vou estar sempre aqui!

Estou a ficar preocupada. Onde estás?
Beijo Ná"

Mensagem de David:
"Não preocupa não..
Estou saindo do treino. Quando dá para você?
Beijão David"


Mensagem:
"Preocupo sim.
Posso agora, anda ter cá a casa. Espero por ti Lindo."


Mensagem de David:
"Obrigada Ná.
Estou aí daqui a 15 minutos. Até já,
David." 


Os meus pensamentos voaram para o dia em casa do Rúben, quando beijei o David.
Nunca me esqueci desse dia, desse momento em que ele me tirava da água com aqueles músculos e aquela carinha á qual não resisti.
Os meus pensamentos foram interrompidos pelo tocar da campainha.
Fui abrir, era ele.


- Olá Linda. - Disse ao olhar para mim com um brilho nos olhos mas ao mesmo tempo via-o triste.


- Olá. Entra. - dei-lhe espaço para ele entrar e fechei a porta.
 --
Desculpem, eu sei que está pequenino e que não está grande coisa, mas fiquei com pouca inspiração. Mas isto que não sei quando vou postar mais, fica aqui na mesma. Beijinho, deixem a vossa opinião.
Ana Sousa*

sábado, 26 de fevereiro de 2011

19º Capitulo - "Não quero que dê uma coisa feia em você não."

Palavra: Olhar

(Visão de Ana)

Tinha acabado de ser sincera com ele, não só nas palavras como nos gestos. Tinha o desejo de o fazer e fi-lo, mesmo que não fosse o certo fui sincera com ele e comigo também, e disso tenho a certeza que não me iria arrepender. Ele era importante, e alem de ele ter namorada, não precisava de esquecer que ele é importante para mim, apenas tinha que me controlar e aceitar tudo aquilo que poderia vir a presenciar. Ele era um amigo a cima de tudo, isso era o mais importante, e só o tinha que o apoiar nas decisões dele.

Caminhei para dentro do prédio sem voltar a pronunciar qualquer palavra, e encostei-me junto da parede para o ver ir embora. Ele ainda estava no mesmo sitio onde o avia beijado na face, tinha o olhar dirigido á porta do prédio como tentando alcançar aquilo que era impossível pelas paredes. Passando uns segundos vejo-o voltar-se para trás em direcção ao seu carro, e deixei-me ficar a vê-lo partir.


Estava super cansada. Estes dias tinham sido os piores, e uma dor de cabeça infernal tinha me acompanhado desde que fui para cima ter com o meu pai. Vi os meus familiares irem abaixo constantemente, os choros descontrolados e sufocantes das pessoas, os gritos e aqueles barulhinhos exercidos com a força da fé perante uma fotografia ou sobre a sua campa, e aquelas lembranças que eles faziam questão de falar constantemente num choro constante me faziam desfalecer de corpo e alma.
Mas ao mesmo tempo sentia uma força exterior que se entranhava em mim me dando vontade de ajudar todos a superar isto e a manter-me segura sobre o pedaço de terra em que ponho os pés, sem andar constantemente de cabeça voltada para as pedras que piso.
E era isso o mais importante, neste momento o meu pai e o resto da família precisava de mim mais do que nunca e eu tinha a obrigação de os ajudar.

Quando entrei em casa a Tááh não estava mas tinha um bilhete junto ao Hall assim com um cartão azul.
Comecei a ler o bilhete.


Bilhete:
"Meu amor, desculpa não ter ido buscar mas não me disses-te a que horas vinhas :/
Linda, estou na casa do Rúben,mas não devo chegar tarde. Tenho uma novidade para ti :$

Se precisares de alguma coisa liga. Beijinhos minha pulga. Tááh"

Um sorriso leve surgiu no meu rosto ao saber que a minha melhor amiga estava feliz. 
De seguida abri o cartão. Era dos meus meninos.


Cartão:

"Olá Aninhas! Toda a associação te quer desejar toda a força do mundo, pois não vale a pena baixar os braços mas sim erguer a cabeça e pensar que ela está bem.
Pedimos desculpa por não poder-mos ir todos ao funeral mas nos mandamos um representante.
Os meninos mandam-te um beijinho.
O Bruninho mandou-te um beijinho especial. Disse que tinhas que ter muita força, e que estives-te a cuidar dele quando a mãe foi embora e por isso ele ia cuidar de ti agora.
PS: Só precisa de voltar quando achar melhor, não tenha pressa.
Beijinhos de todos."

Senti uma lágrima quente e húmida escorrer-me pela face. Sempre foram tão acolhedores e compreensíveis comigo..
Aquele meu menino era um anjo, tinha criado uma grande empatia com ele. Era um rapazinho que iria estar sempre no meu coração.

Fui até á cozinha para comer alguma coisa, peguei num pão com fiambre e num iogurte e fui para o quarto. Mesmo de roupa meti-me de baixo dos lençóis e com uma mão de baixo da almofada pus-me a pensar na minha vida. Tinha uma foto na parede minha, do meu pai e da minha mãe, então meu pensamento voou e a saudade começou a apertar dentro de mim. Senti o meu olhar desfocado pelo facto de as lágrimas me invadirem o rosto de uma fora brusca e descompassada. Como ela me fazia falta, era muito cedo para se perder uma mãe.

Ás vezes só queremos distancia dos nossos pais, ou porque nos pressionam demais, ou porque achamos que nos estão a proibir de coisas quando só querem nos proteger. Sentimo-nos fartos de viver naquela "prisão" e ponderamos muitas vezes sair de casa, nem que fosse apenas por um dia, só para poder desaparecer e nos sentir-mos mais leves.
Hoje, arrependo-me disso tudo, de todas as brigas que tive com ela mesmo sabendo que no fundo só me queria ver bem. Arrependo-me de não ter ficado com ela, num dia qualquer em que preferi sair de casa em vez de ficar a contempla-la junto de mim. De não ter dito mais vezes que a amava e que era a melhor mãe do mundo. E hoje, que não a tenho comigo é o quanto mais me apetece fazer. Mas tenho que perceber que já não dá, que passou e ela, esteja onde estiver ficará sempre no meu coração e eu no dela.


O meu corpo, ainda cedo, acusou cansaço e os meus olhos teimavam em fechar com uma força interior que, por mais que tentasse, deixava de estar ao meu alcance.
Decidi deixar-me levar pelo sono mas não queria dormir sozinha nesta casa. A Rita devia estar a chegar e eu podia esperar por ela, então, pus-me de pé e fui vestir o pijama para fazer tempo.



Fui á casa de banho, soltei o cabelo e quando estava a olhar a janela ouvi o som do meu telemóvel.


Mensagem:
"Ná, 'cê é linda sabia? Obrigada por ter dito o que disse. Você também é muito importante para mim, não se esqueça disso. 
Já comeu? Quero você bem alimentada sim
Não pensa em coisas tristes não, se precisar de alguma coisa estou aqui.
Beijão David"

Um sorriso parvo e incontrolado me caracterizou naquele momento. Ele e a sua preocupação fazia-me sentir bem, sentia-me segura.
Respondi logo a seguir.


Mensagem:
"Olá de novo David :)
Só disse a verdade. E já, já comi qualquer coisa. Mas não te preocupes lindo.
Vou tentar descansar, Beijinho Ná :')"

Rapidamente voltei a receber outra.

Mensagem:
"
Ó 'cê se alimente viu? Claro que preocupo. Não quero que dê uma coisa feia em você não.
Vá, descanse. Beijo Grande."


Meu coração, para alem da dor que sentia, acelerou e senti um aperto forte que no fim me fez sentir segura. Eu sabia, agora mais do que nunca, que podia contar com ele para tudo, e que ele não me ia deixar. 


A Minha Tááh tinha chegado. Saí do quarto e quando a vi dei-lhe um beijo e um abraço apertado.
Estivemos a conversar um bocado antes de ir para a cama chamei por ela.


- Tááh


- Diz meu amor. - disse com uma voz muito suave.


- Importas-te de dormir comigo hoje? Preciso de me sentir segura..


- Claro que sim minha linda. Vem cá. - Abraçou-me com força e ficamos assim algum tempo. Ela sabia que eu precisava e não disse mais nada.

Acabamos por ir para a cama já depois de saber que ela e o Rúben se tinham entendido de vez. Agora namoravam e ela estava feliz, e eu também por saber que ela estava bem.



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

18º Capitulo - " 'Tão vamô Ná?"

Queria vos agradecer pelas mais de 6000 visitas :D
Espero que continue a aumentar e a receber os vossos comentários como prova se gostam ou não do meu trabalho. 
Deram-me uma ideia para uma coisinha nova e a partir de agora em todos os capítulos vou por uma palavra que está relacionada com o próprio, seja adjectivos, nomes, etc.
(Quem quiser adoptar esta ideia esteja á vontade ) :)
Espero que gostem, beijinho
A'S
Palavra: Pele
 
(Visão de David)

A Ana tinha melhorado loguinho e eu pude por fim "descansar".
****
Uma semana tinha passado e a Ana não era a mesma não, o seu sorriso, o seu olhar, tudo tinha mudado, mas era compreensível.
Tinha ido com ela ao funeral, não larguei ela um segundo, até porque não conseguia não. Ela ainda me apresentou o seu melhor amigo, o Paulo, que estava junto da Rita, parecia um rapaz muito bacano e também esteve sempre pronto para a apoiar.
Era visível o seu sofrimento e isso também me magoava.

A Ana tinha estado uns dias em Leiria com o pai, e eu todos os dias não resistia em mandar-lhe uma mensagem a perguntar como ela estava. Pelo que sei chegava hoje, e ainda não lhe tinha mandado nada, por isso decidi pegar no telemóvel para lhe mandar uma SMS.

Mensagem: 
"Olá Aninhas. Espero que estejas mais alegre, chegas hoje?
Beijo David"



- Estas a falar com quem David? 


- Com ninguém não amor... 


- Deixa ver David! É uma rapariga não é?! - disse ela tirando-me o telemóvel!


- Cátia, pára com isso! Agora deu-te para isto?! - disse já irritado.


- Desculpa amor, desculpa. Estou só nervosa com o desfile... - Disse tentando se desculpar.


- 'Tá bom. Vou sair, não espera por mim não. 


- Espera, eu vou contigo amor. - Disse já pegando na sua mala.


- Não Cátia. Preciso ficar sozinho, desculpe. - Fui para a porta e saí.


Estava com a Cátia à três dias. Ela apareceu em minha casa pedindo desculpa mais uma vez, dizendo estar arrependida. Eu não consegui e perdoei, ainda sentia algo. Mas ela agora está ciumenta com tudo, desconfiada, e não quero ter uma pessoa do meu lado que não confia em mim. Preciso de estar sozinho, talvez depois lhe vá pedir desculpa por la ter deixado só, mas preciso de pensar, de ter o meu espaço, e isso ela não tem dado não.


Quando dei por mim tinha a resposta da Ana, aprecei-me em ver.


Mensagem:
"Olá David. Obrigado por teres estado do meu lado sempre :')
Sim chego hoje, daqui a 40 minutos mais precisamente.
Beijinho, Ana"

Do nada fiquei contente por saber que afinal era verdade, ainda estive um bocado a olhar pro' nada, mas lembrei-me de fazer uma coisa e apressei-me em ir pro' carro.


«Vai dar entrada na linha 4 o comboio (...) vindo de Leiria»


Sim, tinha ido busca-la a estação. Vi-a sair do comboio, além de não estar com aquele sorriso e aquele brilho, estava linda. Pus-me de pé e esperei que me visse na sua frente.
Vi nascer nela um sorriso discreto, e uma felicidade de a ver nasceu também dentro de mim.

- Mas.. que estas aqui a fazer? A tua namorada? - A Ana sabia de tudo com a Cátia, lhe tinha contado e ela ficou feliz por mim. Embora esquisita, mas não percebi porque.


- Deixa ela pra' lá. Vim buscar você, deve estar cansada! - Sorri, e amarrei na mala. - Venha.

Ela veio a meu lado até ao carro, pus a sua mala na mala do carro, e entrei. Quando ia rodar a chave de maneira a ligar o carro ela travou-me pegando na minha mão de uma maneira tão rápida que de certo até ela nem pensou.


- David, queria-te agradecer por tudo. Por me teres salvo, por não me teres deixado sozinha, por teres estado lá nos momentos piores, por te tornares importante. Agora és muito importante para mim, e quero que saibas que vou estar sempre aqui do teu lado pro' que precisares..


Fiquei enternecido com aquelas palavras ás quais não estava à espera, ela também era importante na minha vida,não o podia negar.


- Eu sei Ana, e eu também vou 'tar sempre aqui para você. És uma pessoa especial e não mereces que te aconteça nada de mal.

Ficamos a olhar um pro' outro algum tempo, mas depois caí em mim e falei.

- 'Tão vamô Ná? - Pôs-se a olhar para mim com um ar confuso. - que foi?


- Chamaste-me o que? - disse com um brilhinho notório naqueles olhos que me fascinaram.


- Ná? Você não gosta? Eu acho fofinho. Mas se quiser eu nã... 


- Shiiu, eu gosto sim David. - sorriu-me. - Vamô. - Disse ao tentar imitar-me, como ficava fofinha. Eu sorri-lhe e conduzi até casa dela.


Por entre conversas e a tentar que ela não fosse abaixo chegamos ao destino. Ajudei a tirar a mala do carro e levei-a até a porta. 


- Tens a certeza que não queres entrar?


- Deixa pra' outra vez, a Tááh deve tar cheia de saudades suas. - sorri pra' ela. - Tenho que ir Ná, 'té amanha. 


- David...


- Sim? Precisa de mais alguma coisa?


Ela chegou perto de mim, pôs-me a mão na minha face e com o seu pulgar fez uma festinha na vertical. Conseguia sentir o calor da sua pele junto da minha, o que me fez arrepiar. Aquela pele macia e leve como ceda. Beijou-me na bochecha direita muito lentamente e depois soltou-se olhando-me nos olhos.

- Obrigada! -


Não fui capaz de dizer nada, e ela também não estava à espera de resposta. Virou-se e foi para dentro. E eu, estático, deixei-me ficar a olha-la até deixar de a ver.


E agora? Que deverá ele ou ela fazer? 


Ana Sousa*

domingo, 20 de fevereiro de 2011

17º Capitulo - "Não fiz mais do que ela já fez por mim não"

Meus amores, desculpem só postar agora, mas estive estas duas semanas sem computador. Vou tentar voltar ao mesmo ritmo, e a actualizar-me das vossas fic's. Posso vir a voltar a ficar sem PC, por isso espero que compreendam.
A'S

(Visão de Rita)

Como de um momento para o outro tudo tinha mudado. Sentia um peso em cima de mim que não me deixava estar descansada, doía vê-la naquele estado, e os dias que iriam passar, seriam tristes, secos, sem vida e seriam diferentes de todos os outros...

A minha pulginha ainda estava fraca mas estava a ficar melhor e mesmo assim decidimos chamar um médico sem ela saber, caso contrário não iria deixar. 
O Doutor não demorou muito e quando chegou começou logo a examina-la. Não viu nada de muito grave, além daqueles golpes no corpo, estava a ficar com gripe e precisava de repouso, muito repouso.
Ele acabou por ir embora e eu foi buscar umas coisas para a minha linda comer, ainda que fosse preciso obriga-la.


Tinha estado a observar o David desde que as coisas acalmaram e ele não a tinha largado um segundo. Estava sentado no chão, junto ao sofá a segurar na mão dela. Eram tão queridinhos, e ela, além de não admitir, tinha várias razões para gostar dele.


A Ana tinha adormecido pouco tempo depois e fui preparar o almoço para nós e o Rúben veio-me ajudar. Foi uma coisa simples, até porque a nenhum de nós o apetite era grande.
O David pegou nela e levou-a para o quarto, ainda bem que ela não acordava facilmente, pois a ultima coisa que queria era que ela acordasse. Tinha que descansar e ao menos assim não pensava no pior.


O David não quis comer, ficou junto dela sentado na cama. Conseguia ver os traços de preocupação formados no seu rosto desde que chegara e que ainda não haviam desaparecido. Peguei num tabuleiro e levei para junto dele.

Ouvi da sala um som de telemóvel, devia ser o de David.
Passando um bocado senti-o vindo em direcção à sala, devia ser alguma coisa importante. Estava um pouco esquisito.


- Precisas de alguma coisa David? 


- Só que me diga onde é a casa de banho. - disse um pouco cabisbaixo.


- Viras aí à esquerda e é a segunda porta.


- Obrigado...

Quando ele voltou decidi falar.

- David!


- Sim...


- Tu e o Rúben devem estar cansados. Deviam ir descansar, ou fazer as vossas vidas. Obrigado a sério, mas hoje é domingo, e devem ter coisas para fazer..


- Eu só preciso de ir ter com a minha mãe, mas depois venho ter contigo sim linda? - disse-me o Rúben ao meu lado.


- Claro! Vai, não tens que estar aqui, ela vai ficar bem. - disse com um sorriso.


Despediu-se de mim e dirigiu-se à porta para sair. Voltei a dar-lhe um beijo e agradeci por ter estado ao meu lado, e o David chama-me.


- Rita.


- Diz David - Respondi serenamente.

- Importavas-te que ficasse com ela hoje? Não te dou trabalho nenhum, era só porque... - interrompi-o 


- Claro que podes, e claro que não dás trabalho. Só tenho mais é que te agradecer pela tua ajuda, e por teres ficado sempre ao pé dela. Há pouca gente assim sabes?

- Não fiz mais do que ela já fez por mim não. Ela também esteve a meu lado quando estive doente, ao lado de minha mãe, e praticamente não me conhecia. Ela é uma pessoa incrível. Só tem mais é que ser feliz. 



- E essa felicidade esta bem mais perto que vocês os dois pensam... - atirei sem pensar.


Ele olhou para mim com um ar pensativo e os seus olhos brilhavam. Eles não eram indiferentes um ao outro. A forma como se olhavam, como falavam, como se preocupavam um com o outro. Mas havia algo ali no meio deles que os travava.

Entre mais meia dúzia de palavras ele voltou para junto dela, e eu aproveitei para ligar ao primo dela e saber a hora do funeral.

****

(Visão de David)


Depois do que ela me disse fiquei pensativo. Tinha percebido o porque de o ter dito, mas talvez no fundo não o quisesse mesmo perceber. 

Tinha recebido uma mensagem da Cátia, a minha ex, ela diz tar diferente e que só quer meu bem, mas tenho medo de sair magoado de novo. Mas ao mesmo tempo, ela sabe bem como tocar no meu coração e eu não fico indiferente a isso. Mas existe uma virgula entre isto, e essa virgula tem aparecido mais vezes na minha vida, e não posso dizer que não queria, que não quero, porque estaria mentindo. Essa virgula se chama Ana e não sou o mesmo sem ela, disso sei sim, mas talvez tenha tentado arrumar pro' lado com medo de magoar ela, e magoar a mim mesmo.


Ela estava dormindo serenamente e eu me pus do seu lado amarrando sua mão. Não a iria deixar ali, mas eu não estava só ali. Estava dividido em dois, e minha cabeça não desenhava nada claro, nada nítido para me poder guiar.


O que será que vai escolher o David?


Ana Sousa*

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

16º Capitulo - " Estou aqui consigo"

(Visão de Ana)

A claridade estava mais intensa á medida que o tempo passava. Já devia ser de manhã e eu tinha que sair dali, não me podiam ver naquele estado.
Ainda a tremer e com poucas forças que tinha tentei por-me de pé, mas em todas as tentativas voltava a cair. Quando finalmente me consegui por de pé tentei caminhar para fora dali mas, depois de dois ou três passos voltei a cair.

Tinha arranhões nas pernas de me tentar soltar e braço aleijado de quando caí na água, sentia a ardência de um lado ao outro da ferida como o sangue fervilhasse, bastava uma simples brisa.


Comecei a sentir que as forças me faltavam de novo e deixei-me estar no chão.
Ao longe avistava um vulto a correr, estava a ver desfocado o que me fazia impressão. Senti a minha cabeça andar á roda e o olhar cada vez mais fechado. 
Esse vulto que se aproximava parou, e de repente correu ainda mais de força até mim.

- Ana! Ana! Quê que passou? Como é que você está assim? Ó meu Deus! - Disse passando a mão na minha cara e olhando para o meu estado. Não consegui pronunciar nada. Aquele sotaque... - Vem, eu levo você. - Era o David.


Sentia-o aflito, com a lágrima no olho, e eu própria já não aguentava mais o meu estado. Só sentia dor, frio e mágoa.

- Você tá morrendo de frio. Já saímos daqui linda.

Vestiu-me o casaco dele, pegou em mim ao colo com muito cuidado e levou-me o mais rápido que pode para junto do seu carro.
Puxou o banco da frente para trás e deitou-o de maneira a que ficasse deitada também. Cobriu-me com uma manta que tinha no carro, deu-me um beijo na testa e disse:


- Tem calma tem, vou cuidar de si meu anjo. - Disse olhando-me nos olhos.


Deu a volta ao carro num ápice e entrou. Saiu de lá disparado e pregou fundo.
Sentia dores por todo lado, e não conseguia parar de tremer. Ele estava cada vez mais preocupado e eu não queria.

- Vou levar você ao hospital, não se preocupa não!

- Na, não... - Não queria ir ao hospital e fiquei mais agitada. - Davi... - Tentei falar mas não conseguia. 


- Não, não precisa falar nada agora não. Já percebi, vamos pra' sua casa, e depois vemos. Depois você me explica. Descanse. - Disse tirando os olhos da estrada.


(Visão de David)


Acordei cedo hoje, não tinha sono e não me apetecia ficar na cama. Me vesti e fui até ao carro. Queria ir á "minha praia". Andava confuso, e lá sempre conseguia pensar.
Parei o carro a beira de um bar e fui correr junto ao mar.

Comecei a ver uma pessoa deitada na areia que parecia estar um pouco incomodada, e por segundos pareceu-me familiar. Parei e quando vi direito, confirmei as minhas suspeitas.
Corri, e vi ela no chão, tremendo de frio e toda machucada. Meu coração mingou ao ver ela daquele jeito. Não podia acontecer nada de mau com ela, não se eu pudesse evitar.


Tirei meu casaco e vesti nela com muito cuidado para não a machucar. Peguei ela ao colo e fui até ao carro. Tentei por ela bem e a aquecer um pouco.


Estava super preocupado com ela, estava num estado muito fraquinho, nem quero imaginar se não tivesse aparecido. Aquela praia é quase sempre deserta. Ela iria ficar lá caída.
Ainda tentei levar ela ao hospital, mas senti ela ficar agitada e não queria ir. Decidi leva-la então pra' sua casa. A Rita estaria lá e depois íamos ao hospital.

Quando cheguei a sua casa estacionei junto à porta e corri para junto dela.
Peguei nela ao colo e dei-lhe um beijo na testa.


- Estou aqui consigo! - disse-lhe nos olhos. Ela tentou sorrir mas não conseguia.


Subi e bati à porta de forma desesperada. Sentia ela fraca e isso me deixava aflito.
Logo logo a Rita veio abrir a porta como já estivesse à espera dela. Quando olhou para a Ana deixou cair as lágrimas que não conseguiu evitar, e a Ana também não se conteve e chorou.
Havia ali alguma coisa que não sabia. Talvez a razão de encontrar ela naquele estado.
Vi que o Rúben estava lá com ela, e veio logo ajudar.
Deitei ela no sofá e a Rita foi buscar a caixa dos primeiros socorros. 


- Obrig..ada David!


- Xiiu, não se preocupa não. Já me ajudou muito... 


Começamos a tratar das feridas dela e eu foi buscar um casaco quentinho pra' vestir nela. O Rúben chamou-me à parte. Queria falar comigo.

- Mano, onde ela estava?

- Caída na praia, estava correndo e vi ela la deitada, morrendo de frio e assim, fraquinha. - disse cabisbaixo e visivelmente com medo que lhe acontecesse alguma coisa. - Manz, que se passa?


- Mano, ela ontem durante o jogo recebeu uma chamada do primo. A mãe dela faleceu ontem... E a partir daí nunca mais a vimos. Ainda a fomos procurar mas foi em vão. Ela não deu mais noticias.


- O quê Rúben? A mãe da Ana? Ó meu Deus, coitadinha dela! - Estava em choque e ao mesmo tempo desesperado pelo sofrimento que imaginava ela estar.

Fui para junto dela e dei-lhe a mão. Não iria sair do pé dela. Não agora.

- Vou ficar aqui com você linda. Não vou embora não.


Senti ela a pressionar minha mão como um obrigado e fiquei junto dela enquanto a Rita tratava das feridas.
ela me faxinava e eu não era o mesmo David se tivesse longe dela...


Desculpem,este teve mesmo
que ser assim pequenino.

Ana Sousa*

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

15º Capitulo - "Vem cá linda..."

A noite já começava a reinar os céus e eu não via fim à dor. O frio começou a apertar, e embora tremesse por todo lado, não sentia nada tão forte como aquele aperto no coração que fazia transluzir pelas lágrimas que soltava nos meus olhos.

Sentia o meu corpo cada vez mais fraco e pesado, a cada minuto que passara, as forças que me restavam diminuíam.
As ondas rebentavam e batiam com força contra as minhas pernas, o que fazia o meu corpo balançar por entre o rochedo à qual me amarrava.
O mar parecia estar revoltado com a minha situação, e eu própria comecei a ficar. Só queria não sentir dor, não sentir o peso do meu corpo mas, a cada minuto que passasse sentia-me pior, a dor só aumentava e o sentimento de saudade também.
Fiz um esforço enorme para sair dali, mas as forças que tinha não me permitiam.


Vi as horas passar e, graças a Deus, a maré estava mais baixa. Consegui, finalmente, arrastar um pouco o meu corpo para junto da areia mais seca...
Estava toda molhada e ferida e, como naquelas noites de Fevereiro, o frio apoderou-se de mim de tal forma que fiquei para além de pálida. 
Deixei de sentir várias partes do meu corpo e nele, apenas sentia a ardência dos cortes que presenciava. Tinha dificuldades em falar, mesmo que quisesse gritar, era uma acção impossível, para não falar que ninguém me ouviria.


Enrolada no meu próprio corpo, de maneira a proteger-me do frio, tremia num ritmo frenético constante. 
Já não sentia os lábios e os meus olhos começavam a querer fechar com a claridade que se fazia ver depois de algum tempo, um novo dia ia nascer mas a mesma dura e crua realidade permanecia...

(Visão de Rúben)

Chegamos a casa e a Tááh estava impaciente, cada vez mais nervosa e não largava o telemóvel com esperança que ela ligasse. 
Embora não tenha tido muitas vezes com ela, já no dava-mos muito bem um com o outro. Havia sempre que rir com as nossas conversas, além de ela andar em baixo por causa do David. Ela não falava sobre isso mas eu sabia que ela gostava dele.
A Tááh estava cada vez pior e por isso decidi tentar acalma-la.

- Tááh, tem calma. - disse tentando que ela parasse de um lado para o outro.

- Calma? Como queres que tenha calma. Sinto-me uma inútil Rúben.


- Vai estar tudo bem, é normal que com uma noticia destas não queira estar com ninguém à volta dela. Ela vai precisar de pensar muito. Ela tem que se habituar à ideia...


- Mas eu nem sei por onde ela anda. Tenho medo que faça algo que não deve. Não iria aguentar...


- Vem cá linda. - Disse esticando os braços de maneira a que viesse me dar um abraço. - Estou aqui contigo. Vai estar tudo bem. Vais ver.


- Obrigado Rúben. Obrigado por estares aqui comigo. Agora e mais do que nunca és fundamental na minha vida, e acho que me afeiçoei tanto a ti que já não te consigo largar. Obrigado, mesmo.

Eu não respondi, limitei-me a soltar um sorriso sincero. Aquelas palavras fizeram-me bem. Senti-me seguro e desejado. Tudo já valia a pena só por aquelas palavras.

Já a sentia mais calma mas aquele nervosismo todo acabou por me afectar assim que percebi que já era muito tarde e que ela devia ter dado pelo menos alguma noticia.

Estava sentado no sofá com a Tááh ao meu lado encostada ao meu corpo. 
Ela queria voltar a sair para procura-la, mas não se podia fazer nada. Não fazia-mos a mínima ideia onde ela poderia estar. 
Fui fazer-le um chá e passando algum tempo ela adormeçeu.
Fiquei a olhar para ela. Era tão linda, e querida. Estar com ela estava-me a fazer bem. Ainda fiquei uns tempos acordado á espera de alguma noticia mas o cansaço apoderou-se de mim e acabei por adormecer junto da Tááh no sofá.
-----


Passado umas horas acorda-mos, já com alguma luz do dia, subressaltados com um bater forte e desesperado á porta. Demos um salto, e olhamos um para o outro. 
A tááh correu ainda ensonada para a porta e antes de lhe chegar tropessou, pos-se de pé e apressou-se em ver quem era.


Deixem a vossa opinião por favor, mesmo que seja má. É sempre bom saber para poder melhorar.
Ana Sousa*