quinta-feira, 22 de março de 2012

38º Capítulo - A tua vontade é o meu desejo (Parte I)



A noite estava bastante aprazível, sentia-se uma brisa suave pairando à nossa volta sempre que nos mexíamos. Contudo, nada que nos fizesse arrepiar. Sentia-se o ar limpo, fresco como se estivesse totalmente renovado e – mesmo sendo ares de Lisboa – parecia desprovido de qualquer tipo de poluição. Ao contrário do costume, o barulho produzido pelas várias tecnologias criadas pelo suor e imaginação do homem, que nos conferiam – sem dúvida alguma – uma enorme vantagem no nosso rotineiro dia-a-dia, estava agora muito reduzido. O que agradava a todos.
O céu estava já escuro, com uma vastidão de estrelas cintilantes que pareciam estar em sintonia com a lua. De tão diferente que esta estava, arriscava a dizer, mesmo sem saber, que seria um dia de lua cheia.

Estava tudo demasiado calmo, demasiado ameno. Não que isso me aborrecesse, mas tornava-se demasiado contrastante com todas as partículas do meu ser, que agora saltavam, berravam, queimavam-se ao tocar umas nas outras, tentando, quem sabe, escapar pelos poros da minha pele. David beijara-me ardentemente, compartilhando-me desejo e paixão. Exercera uma leve força no meu lábio inferior, prendendo-o e fazendo-me procurar por mais. Dividindo e entrelaçando a sua língua com a minha, numa dança quase que instantânea, deixara-me irremediavelmente tiritante.
Não fora um beijo qualquer, foi um misto de carinho e desejo, ao qual não conseguiria identificar qual dos dois estaria em maior quantidade… mas foi o suficiente para implorar por mais, mesmo que interiormente.

- Acho que… me apaixonei de novo… - Olhei-o nos olhos, proferindo tais palavras sinceras ainda de voz esfalfada pelo momento.


David apenas sorriu. Ainda com a sua mão a acariciar-me o rosto, colou os nossos corpos ainda mais, deixando os dois peitos exercerem força um no outro pelo elevado contacto, e voltou a beijar-me da mesma forma, com a mesma intensidade, e com o mesmo sentimento que nutríamos um pelo outro.


- Então te beijarei sempre assim... Para que você se apaixone novamente e novamente por mim. Todo’ santo dia, até envelhecê ao seu lado… - Sorri, babada com tais palavras que sabia serem verdadeiras.


- Seria com todo o gosto e dedicação, meu amor…


***

- Cê não gosta de perdê mesmo! – David gozava comigo, depois de me ter visto chateada por ter perdido contra ele a jogar PES. A verdade é que não gostava de perder nem a feijões.


- Não gozes David! – Pedia já a ficar irritada com a situação, ao qual não surtiu qualquer efeito, pois ele riu-se ainda mais.


- Mô, vou no banheiro. Já volto… - Beijou-me a testa.


Ele saiu da sala e eu apreciei um quadro que ele tinha disposto na parede do lado esquerdo. Era uma bela moldura com uma fotografia de Lisboa à noite, junto ao rio Tejo. Não demorei muito a pegar no telemóvel e a fazer uma chamada.


- Estou, Luís? – Perguntei assim que deixei de ouvir o bip bip constante.


- Sim, sou eu… Então Ana, está tudo bem? Já não falamos há algum tempo… - Luís era um amigo de infância, não muito chegado, mas sabia que se precisasse de alguma coisa ele estaria disposto a ajudar.


- Está sim… Olha, eu queria saber se ainda tens aquele barco cá em Lisboa?


- Tenho, mas porquê?


- Eu queria preparar uma surpresa, e pensei no teu barco… Achas que me podias emprestar por esta noite? Eu juro que o trago direitinho! – Brincava com ele, sabendo que ele não teria qualquer problema em disponibilizar o barco para esse feito, mas rezava para que o pudesse utilizar agora.


- Ai anda rapaz na costa? Huum… Eu posso-te emprestar, mas tens que ir pedir a chave do aloquete ao Senhor José.


- Quem é o Sr. José? – Perguntei confusa, e já com medo que David aparecesse vindo da casa de banho e descobrisse a pequena surpresa que... Bem, na verdade, não seria nenhuma surpresa... Era apenas um momento bonito a dois, para que aproveitássemos bem o tempo que temos um com o outro.


- É um colega, ele vive numa casa azul e branca mesmo ao lado… Ele tem uma segunda chave do aloquete, vais ter que lhe pedir porque eu hoje não estou por cá…


- E achas que ele me disponibiliza a chave assim? Sem me conhecer?


- Não te preocupes, eu ligo-lhe já a dizer que vais passar lá…


- Obrigado Luís, a sério. És um querido!


- De nada. Mas isso eu já sei, não precisas de dizer! – Riu-se, e o David entrou na sala e por pouco não me atrapalhava…


- Bem, vou desligar Rita. Até amanhã! – Disfarcei, e desliguei a chamada para que David não desconfia-se de nada. Depois mandar-lhe-ia uma mensagem a desculpar-me.


- Está tudo bem mô?


- Está… Foi a Tááh que me ligou a perguntar se eu tinha ficado com as chaves de casa dela… - Disse a primeira desculpa que me veio à cabeça e beijei-o, para que não se apercebesse. – Vá levanta a peida daí!


- Ué, porquê? – Esbugalhou os seus olhos castanhos lindos – que derretiam qualquer mulher - e deitou-se em cima de mim. – Minha bunda linda está tão bem aqui!
Ri-me como uma parva quando ele disse aquilo, ao mesmo tempo que passava a mão no rabo.


- Isso é ciúme garota? ‘Tá com ciúme do meu bumbum ela olha… - Voltei-me a rir e de seguida apalpei-o.


- Eu, ciúmes? Olha para isto David! Seu bumbum é que nem zuca, arrebitado! – Imitei-o e desmanchamo-nos a rir.


- Cê é mesmo má, pocha!


- Vá, então levanta daí o rabo e anda comigo. Quero-te mostrar uma coisa! – Afirmei com um sorriso nos lábios.


- Mostrar uma coisa p’ra mim? O quê? – David era e seria sempre o mesmo curioso, e iria insistir até conseguir o que queria, mas não lhe ia dizer até chegar lá.


- Ai, deixa de ser curioso Senhor David Marinho! Eu não vou dizer…


- Vala… Se cê me ama, me diga vai!


- És mesmo chantagista meu! Não vou dizer e acabou a conversa… - Ele fez beicinho e eu ri-me. – Vá, vai vestir um casaco quentinho e se poderes traz um teu p’ra mim também sim? Deve estar a ficar frio…


- Ahah, não trago pra ti enquanto não me disseres!


- Está bém, mas continuo a não dizer! – Fiz-me de amuada e virei-lhe costas pronto para sair da porta e esperar por ele.


David não demorou muito a estar de novo ao pé de mim e eu ri-me. Ele trazia consigo um casaco para mim. Iria ficar-me bastante grande, mas adorava ter algo dele vestido… Principalmente quando acordava do lado dele, e ia fazer o pequeno-almoço em roupa interior e a embrenhar-me no cheiro viciador de David, que permanecia na sua roupa e se colava ao meu corpo e até mesmo no meu cabelo…


- Ué, não ia deixar a minha garota ao frio não… - Fez-se ele de amuado e eu amarrei-o fortemente. Beijei-lhe a bochecha direita.


- Gosto muito de ti, amuadinho!


- Se cuida garota, o amuadinho pode ser muito mau… - Apertou-me a nádega esquerda com a mão e mandou-me um sorriso malicioso. Estava visivelmente a provocar-me.


- Gostava de ver isso… - Aliciei-o e ele entregou-me outro sorriso igualmente provocador.


Olhou para ambos os lados e clicou no botão do elevador que se abriu logo de seguida. Amarrou-me no braço de forma bruta e puxou-me para as paredes do elevador fazendo-me embater fortemente mas sem que me magoasse. A porta fechou-se e David clicou no piso 0. Com uma mão estendida de encontro à parede e outra na minha perna puxou-me para si e beijou-me o pescoço deliciosamente.
Puxei a sua face para cima e beijei-o fortemente, ele não deixou que o prendesse e levou a sua mão ao meu vestido, fazendo escorregar os seus dedos por dentro das minhas cuecas.

«Pliiim»


Assim que ouvimos o som separamo-nos. Manda-mos um sorriso atrevido um ao outro e eu saí à frente dele com um sorriso nos lábios pronta a provoca-lo. Deixei cair um lenço ao chão e baixei-me ao mesmo tempo que puxei o vestido para cima. David sorriu e trincou o lábio.


- Algum problema amor…? – Ele sorriu e abanou os seus vastos caracóis.


- Você é do pior moça…


- Vais tu a conduzir! – Sorri e caminhei até ao carro onde acabei por entrar. – Rio Tejo… - Ele assentiu e ligou o carro sem fazer qualquer pregunta. Sabia que não iria dizer mais nada…


****


- Espera aqui por mim… - Disse-lhe beijando-lhe a testa e ele olhou para mim confuso.


- Mas…


- Um minuto amor... Não demoro, juro! – Pisquei-lhe o olho e procurei com o olhar a casa azul e branca que o Luís me havia referido.


Aproveitei para lhe mandar uma mensagem a pedir desculpa por me ter despedido dele como “Rita”, justificando a presença dele. Depois lembrei-me…


- Merda! Como vou saber qual é? – Pronunciei-me alto e voltei a mandar-lhe uma mensagem a perguntar qual o nome do barco.


De: Luís Ferreira
Não faz mal, eu percebi! Está escrito de lado, “your desire”… Fica bem,
Luís : )


Ri-me com o nome do barco e avancei até ao portão pintado a branco. Toquei à campainha e não demorou a aparecer um senhor à porta. Era de um porte médio e tinha já o cabelo grisalho pela idade. Sorriu e voltou para dentro. Estranhei a sua reação mas logo a seguir vejo-o a trespassar a porta de novo ao meu encontro.


- É o Sr. José? – Perguntei para ter certeza de que bati na porta certa.


- E a menina deve ser a Ana? – Perguntou-me abrindo-me o portão...


- Sim, sou eu! O Luís disse-lhe que eu vinha cá?


- Disse sim… Tem aqui a chave!


- Obrigado, e desculpe estar a chateá-lo a esta hora da noite… já não é cedo!


Desculpei-me pelo incómodo que provavelmente estaria a causar ao senhor, empatando-lhe a vida ou a atrasar-lhe as horas de sono… Já passavam das vinte e três horas e com certeza não lhe viria bater à porta para entregar as chaves de madrugada…

- Não se desculpe menina… Afinal hoje é sexta-feira e não estava a fazer nada que tivesse de parar!


- Ainda bem…! E será que posso passar aqui amanhã para lhe entregar a chave?


- Claro que sim, esteja à vontade…


- Amanhã às dez horas está bem para si?


- Por mim está óptimo!


- Então amanhã passarei aqui para lhe entregar a chave! Obrigado mais uma vez…


- De nada menina… Tenha uma boa noite! – Desejou-me o senhor com um sorriso na face e pronto a entrar no calor aconchegador que com certeza sentia em casa.


- Igualmente…


Encaminhei-me de novo para junto de David que se mantinha no mesmo sitio onde lhe pedi para esperar… Estava virado para o Tejo pensativo, cheguei ao pé dele e abracei-o encostando as suas costas ao meu peito.


- Que dizes de uma volta de barco por este maravilhoso rio? – Olhou-me e eu sorri-lhe pondo à vista a chave que o senhor me havia dado a minutos atrás…


- Agora? – Abanei afirmativamente com a cabeça e puxei pelo braço do homem que definitivamente amava e que fazia feliz até juntos dos barcos. Queria proporcionar-lhe uma boa noite…


Desculpem pela demora de um novo capítulo, e por ser pequenino, mas como poderam ver a falta de inspiração anda-me a afectar assim como problemas pessoais que não me têm deixado com a mínima vontade de pegar na história. Tentarei postar rápido a próxima parte do capítulo que será um ponto importante na vida destes dois…
Deixem os vossos comentários, que sempre me incentivam a continuar e que têm sido pouquinhos…
Beijinhos,
Ana Sousa

sábado, 17 de março de 2012

Fanfic da Maria

Olá gente bonita!

Não, não venho deixar nenhum capítulo, e com muita pena minha... A inspiração e o tempo não têm sido muitos, o que complica ainda  mais para acabar o capítulo...

Contudo, venho deixar-vos o link da Fanfic da Maria, que eu acho merecer mais reconhecimento do que o que tem. É sem dúvida uma história muito bonita e que merece os seus seguidores.

Beijinhos,
Ana Sousa