segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

10º Capitulo

- Diz. Passa-se alguma coisa David? - Estava cada vez mais nervosa com aquela aproximação.
- Voc… Nada não. Esqueça...
- Ok.

Com aquilo e, sem perceber bem porque, fiquei, não diria triste, mas desapontada. Afinal nem me tinha cumprimentado quando o fiz. Entramos no carro e seguimos para casa do Rúben. Estava-mos todos em silêncio até que o David começou a abrandar.

- Chegamos meninas.
- Woow.
- Fecha a boca Rita! – Quando o disse o David não se prendeu e riu-se.
- Vem, vamô entrando?
- Sim. Vamos lá.
- Sim..

Senti a Rita a ficar nervosa. E eu lá no fundo já estava á muito, mas não podia pensar nisso, pois já sabia para onde essa dimensão me levava.
Eles entraram e eu entrei em último. A Rita cumprimentou o Rúben assim como eu e o David.
Ela estava de queixo caído. Também era o ídolo dela. Não é todos os dias que se vai jantar a casa dele.

- Psst, não dês tanto nas vistas. Assim ele percebe. – Estava praticamente a sussurrar-lhe ao ouvido.
- Parva não digas asneiras. Estou normal…
- Claro, claro! Vê-se.
- E se fossemos comer? Estou a ficar com fome.
- É você e eu Rúben. Vamô meninas?
- Vamos.
- Sim…

O jantar estava a correr bem embora eu e o David estivéssemos um pouco calados. Ao contrário daqueles dois que já estavam no meio de risinhos.
Falou-se do jogo contra o Olhanense, de como o jantar estava bom, dos pais do David que partiam amanhã para o Brasil.
Já estávamos na sobremesa quando aqueles dois se aliaram para me lixarem a vida.

- Então Ana, não sei o que deste ao David mas depois de teres lá estado ele melhorou num instante... – Ele notava que me estava a sentir desconfortável e estava visivelmente a provocar-me.
- Decerto foi por isso mesmo. Por me ter ido embora… - o David olhava para mim com um ar confuso.
- Não diga bobagem. E manz ela foi uma boa amiga em me ter ajudado. – Aquele “boa amiga” tinha-me esclarecido muitas, não diria dúvidas, mas esperanças. Agora só não podia continuar a alimentar isto, sou apenas uma amiga para ele. Também quem me mandou pensar que poderia haver possibilidade.
- Estava na brincadeira. Eu sei que sim…
- E não sabem da missa a metade… - disse a Rita quase em sussurro com os olhos postos em mim e com um sorriso provocador.
- Ah?? – Disseram quase em uníssono.
- Rúben esquece. Onde é a casa de banho? – Ela tinha percebido que fiquei chateada e ela olhou para mim como a pedir desculpa.

Ele disse-me onde era a casa de banho e eu entrei. A verdade é que não fui para lá com intenção de a utilizar, mas sim para fugir aquela conversa. Já se tornava um hábito fugir às coisas, nem eu própria gostava, mas já não estava a aguentar estar a ouvi-los com a cabeça como estava. Mas já sabia que a Rita iria fazer questão de pegar nesse assunto quando estivéssemos sozinhas.
Também não me podia demorar muito, por isso, passei a cara por água e voltei á mesa.

- Ana, estávamos aqui a combinar. Já que vocês vão ver o jogo podiam vir para os camarotes. Aceitas?
- Por mim pode ser.
- Ainda bem porque eu já aceitei.
- E eu nem imaginava nem nada Tááh. – Riram-se todos.

Acabamos de jantar e fomos para o jardim ao pé da piscina. Estava-mos no inverno mas hoje o dia foi quente, assim como a noite também estava ser. A Rita dava-se bem com toda a gente e já estava a jogar no meio deles com uma bola que ela encontrou em algum lado.
Eles decidiram ir preparar umas bebidas e eu sentei-me numa das espreguiçadeiras que havia á volta da piscina.
Senti um arrepio e pus-me a pé para ir buscar o meu casaco. Ao mesmo tempo que me ponho a pé, ouço a voz do David, desequilibro-me e caio na piscina. Aleijei-me no pulso mas tentei não o mostrar. Ele veio logo a correr para me ajudar. Pegou em mim e pousou-me na espreguiçadeira.

- Você está bem? Se machucou? – estava com um olhar de preocupação que se notaria no outro lado da casa. Achei tão querido ele estar preocupado.
- Sim, estou. Obrigad..a... – Estava a começar a tremer pelo frio. Estava toda molhada.
- Você está morrendo de frio. Vem pa’ dentro vem.

Ao mesmo tempo que pronunciou estas palavras ia pegar em mim. Eu amarrei-me ao seu pescoço e as nossas nucas tocaram-se. Ele olhou-me e eu não pude ficar indiferente aquele desejo que me estava a consumir por dentro. Sentia a respiração dele perto da minha. E sem reflectir bem naquilo deixei-me levar pelo desejo que existia em mim e juntei os nossos lábios numa tentativa de me saciar. Senti os meus lábios contra os dele. Foi uma fracção de segundos pois soltei-o rapidamente.

- Desculpa David. Desculpa. Eu sei que não o deveria ter feito. Tenho que ir… - Ele olhava-me com um ar confuso demais. Eu não lhe dei hipótese para falar muito e pus-me a pé e comecei a correr.
- Ana…

Fui buscar o meu casaco e tentei apanhar um táxi. Estava a morrer de frio e com umas dores horríveis no pulso. A minha cabeça estava prestes a explodir. Porque raio fui eu fazer aquilo! Que estúpida…
Cheguei a casa e fui tomar um banho quente. Só queria esquecer aquilo de uma vez. Foi um erro, um erro que provavelmente me iria valer a amizade do David. Deitei-me na cama na tentativa de adormecer. Mas foi em vão.
Senti o meu telemóvel tremer. Era da Rita.

“ Olá Linda.
O David disse que tinhas caído á piscina e não quiseste ficar. Também não adiantou muito mais. Ele está esquisito. Passou-se algo? Estás bem?
Devo chegar da casa mais logo. Beijinhos Rita.”

Respondi-lhe para que não ficasse preocupada.

“Olá Tááh.
Desculpa não me ter despedido mas esta a morrer de frio.
Está tudo bem. Não te preocupes comigo.
Beijo Ana”

Aquilo não me saía da cabeça, e já sabia que mais tarde ou mais cedo ia ter que falar com o David, ou com a Rita sobre isto.
Todas as tentativas de adormecer estavam a ser em vão.
Fui á cozinha por gelo, aquelas dores estavam cada vez mais fortes.
Uns tempos de pois ouço a porta abrir e sabia que era ela. Não queria falar daquilo agora por isso deitei-me e fiz de conta que estava a dormir. Ela ainda veio espreitar ao quarto, mas quando me viu deitada foi-se deitar.
A verdade é que não iria dormir a noite toda e não sei como iria conseguir trabalhar amanha.
Como calculava passei a noite toda a pensar em tudo que tinha acontecido. Naquele pequeno beijo que me conseguiu levar á lua…

Como será que o David ficou?

Ana Sousa*

5 comentários:

  1. Amei mesmo ;D

    Mas agora quero saber o que o David pensou deste beijo.

    Quero mais.

    Beijinho

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  2. lindo, adorei...

    quero mais...

    continua...

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  3. AIIII!!! Agora quero o próximo rápidamente.
    Estou super curiosa.
    Bjokas e continua...
    Tatty

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  4. entao mas isso termina-se assim???

    agora quero o resto...

    bjs

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