segunda-feira, 11 de abril de 2011

27º Capítulo - "Rita, calma!"


Palavra – Tormento

(V. Rita)

Acordei com o despertador a tocar bem junto dos meus ouvidos, que impressão. Apanhei-o ainda de olhos fechados e desliguei-o logo, já estava farta daquele barulho ensurdecedor logo de manhã, já para não dizer que não me apetecia nada por a pé, queria deixar-me ficar ali quentinha e aconchegada, mas tinha que ser... Era dia de compras e pelos vistos ia ser eu a acordar aquela dorminhoca que eu amo.
Ainda a algum custo pus-me de pé e, ao calçar os chinelos, reparei nas sacas ao lado da cómoda. Tinha-me esquecido de dar as prendas à minha pulginha. Peguei nas sacas e fui ter com ela ao quarto.
Ela estava a dormir como um anjinho, sentei-me junto dela e dei-lhe um beijinho, ela mexeu-se e ainda sem abrir os olhos eu falei.

- Bom dia dorminhoca!

- Bom dia parva... - Arrastou ainda de olhos fechados e com um sorriso traquina.

- Oupa, por a pé. Que hoje vamos comprar o supermercado todo. - Gargalhei

- Que? Também andas a apanhar o jeito do Rúben? Bem que estou lixada contigo..

- Deixa de ser parva, acho que nunca vou conseguir comer tanto! - Sorri. - E olha, toma lá que eu esqueci-me de te dar ontem. - Disse ao mesmo tempo que punha as duas sacas em cima da cama.

- Oh meu amor, não era preciso, mas espera aí… – Olhava para o meu braço agarrando-o. – O que é isto Maria Rita?

- Aii não me chames isso, não faz parte do meu nome! – Reclamei. – Foi o Rúben, é linda não é? – Sorria.

- Ui que o amor anda no ar… Olha olha, uuu… apanhei! – Gozava comigo fazendo de conta que apanhava algo do ar, “o amor”.

- Parva! Abre lá isso…

- Sim chefe! - Fez continência. – Heish, o Rita! São lindos, mesmo! E a bolsa… Oh meu amor, obrigada. – Abraçava-me.

- Eu sabia que ias gostar, era a tua cara!

- Aii adoro-te tanto miúda! – Disse voltando a abraçar-me com um sorriso enorme.

Adorava vê-la sorrir, vê-la feliz com a vida e sem preocupações. Ela, além de só ser mais nova um ano do que eu, quer dizer, daqui a uma semana fazia 20 anos mas, mesmo assim, era a minha menina pequena. Tornou-se das pessoas mais importantes para mim em tão pouco tempo, entrou na minha vida num momento e quando dei por ela já estava com ela bem lá no fundo a preencher o meu coração. Ela merecia muito mais do que aqueles presentes. Já me ajudou muito, tanto profissionalmente como em relação á vida pessoal, era ela que me puxava para cima, era ela a única que me conseguia por um sorriso na cara quando estava mais em baixo e, quando tudo parecia desabar, ela estava sempre lá, do meu lado e pronta para me ajudar.

Ela foi tomar banho e eu também, vestimos uma roupa simples e confortável e saímos de casa. Durante a viagem ligamos o Rádio e só cantávamos. Quem nos visse dizia que éramos umas tolinhas mas não nos importávamos, junta cada parvoíce era natural, era a nossa maneira estar bem.
Quando chegamos começamos por comprar as coisas essências, arroz, massa, carne etc…
Quando estávamos na sessão do pão avistei algo que já não via à muito, algo que não queria ver nem sequer relembrar. Por momentos fiquei estática, não me soube mexer nem sequer respirar. Um nervoso miudinho misturado com medo e angústia percorreu cada gota do meu sangue fazendo-o fervilhar. A minha respiração tornava-se cada vez mais intensa e descontrolada, sentia o meu coração a palpitar e só faltava sair pela boca. Tinha que sair dali antes que fosse tarde de mais. Despertei para a vida e num ápice amarrei na mão da Ana e desatei a correr dali com ela a perguntar o que se estava a passar. Ainda deixei cair umas coisas no chão mas não me importei, só queria sair dali. Estava a desesperar, não sabia por onde fugir e ela, amarrada a mim, era quase que arrastada com uma cara de quem não percebeu nada. Vi uma porta ao fundo e não excitei em entrar. Mal entrei fechei a porta com medo que alguém entrasse. A minha respiração estava pior do que nunca e teimava em me fazer uma sensação desagradável perto do coração.

- Rita, calma! Que se passou, fala comigo.

Não disse nada, não conseguia. Comecei a chorar intensivamente e abracei-me a ela com a força que me restava.

(V. Ana)

Já estávamos á algum tempo nas compras quando me lembrei de comprar pão e quando estava a escolher, a Tááh, completamente descontrolada, amarra em mim e começa a correr apavorada como não houvesse amanhã. A sua cara era de medo, desespero e mil outras coisas. Estava-se a passar alguma coisa e eu não estava a entender o que era. Depois de entrar numa porta que por acaso parecia ser a arrecadação de alguma coisa, ela não me responde e desata a chorar abraçando-me. Queria saber o que se estava a passar, estava cada vez mais preocupada mas tinha que respeitar o seu espaço, deixei-a estar abraçada a mim para que sentisse o meu apoio e protecção.

- Chora amor, chora. Deita tudo cá para fora.

Ela amarrou-me com mais força e continuou abraçada a mim até o seu choro e respiração acalmarem. Senti-mos alguém perto de nós e ela dá um salto.

- Meninas, peço desculpa mas não podem estar aqui.

- Sim, claro. Nós é que pedimos desculpa.

Notava a minha menina com medo e sem saber o que fazer, calculei que ela não quisesse sair e por isso falei á senhora.

- Desculpe, podemos sair pelas traseiras?

- Claro menina, venha por aqui. – Dizia a senhora simpática e atenciosa enquanto nos dirigia até à saída.

- Obrigada. Até á próxima. – Disse com um sorriso e sem largar a Tááh.

Entramos dentro do carro e não falamos o caminho todo, eu sabia que ela queria estar assim e por isso não interferi nisso. Custava-me vê-la assim mas eu ia esperar, quando ela quisesse contar contava.
Chegamos a casa e ela só me soube pedir desculpas.

- Desculpa isto tudo! – Disse aterrada.

- Senta-te aqui… Queres falar o que se passou? – Perguntava com a cabeça dela no meu ombro.

- Sabes que à uns anos atrás eu vivia com os meus pais, e a minha vida por assim dizer era muito boa, tinha dinheiro, uma família que me amava, era boa aluna, tinha amigos espectaculares e… o Pedro…

- O Pedro?! Que tem esse canalha?! – Perguntei de boca aberta.

- Vi-o lá…

Pedro era o ex-namorado da Rita, eles andaram um tempo juntos, era um casal bonito até que o Pedro começou a entrar em vícios e mais vícios. Era o tabaco, o álcool, o jogo… A Rita bem tentava acabar com ele mas ele dava-lhe sempre a volta, ela era frágil e ao ama-lo verdadeiramente, era fácil cair nas garras dele. Ela uma vez fugiu, e foi aí que ele começou a sentir necessidade dos vícios pois não tinha como os satisfazer. Perseguiu-a sempre, para onde quer que ela fosse, batia-lhe e ela nada podia fazer… O dinheiro que ela tinha guardado para completar todos os estudos foi roubado por ele e gasto em facções de segundos no jogo…
Ela voltava a fugir mas cada vez era pior, era a família dela que ele punha em causa, a sua irmã…
Mas um dia ela consegui fugir para outro pais com os pais, estiveram lá um tempo e conseguiram que ele passasse algum tempo na prisão, quer dizer, uns dias… Nunca conseguiram provar que era ele que fazia isso.
A minha linda foi forte e ao vir para Lisboa conseguiu suportar e enterrar este assunto. Teve forças e deixou o medo de ele a voltar a perseguir para trás. Desde que me contou pode fazer uso e abuso de todo o meu apoio, ela era uma pessoa importante como ouro e ela merecia mais que tudo ter alguém do lado dela naquele momento.
Mas tudo voltou, tudo voltou para a atormentar de novo e consumir a cabeça da minha menina com medos e inseguranças. Ainda não acreditava que ele estava cá, e sabe-se lá porque…

- Calma amor, não tenhas medo…

- Ele voltou para atormentar a minha vida! Outra vez… - Chorava descontroladamente.

- Vá, estou aqui amor… Tem calma. Tudo vai passar, vais ver.

***

Foi difícil acalma-la, tinha ficado aterrorizada com a ideia dele voltar a estragar tudo o que ela voltou a construir desde que se viu livre dele. Não tínhamos nada de jeito para comer já que acabamos por não fazer compras nenhumas, por isso, encomendamos uma pizza.
Passando um bocado tocaram á campainha e a Tááh assustou-se.

- Amor tem calma, deve ser o senhor das pizzas.

- Sim… - Disse a medo.

Espreitei pelo óculo quem era e sorri. Ainda bem que eles estavam aqui. Abri a porta e eles entraram.
Cumprimentei o Rúben com dois beijinhos e ao David dei um valente beijo para matar as saudades todas que já tinha dele.
O Rúben viu que a Rita não estava bem e foi logo ter com ela, deixei-os estar ali. Ela mais que nunca precisava de sentir a protecção do Rúben.

- Que ela tem? – David estava preocupado.

- Eu depois falo contigo… Amor, vocês já comeram?

- Não, ‘tavamos passando aqui e decidimos vir ver se queriam ir comer qualquer coisa.

- Oh, nós já encomendamos uma pizza e para mais, duvido que a Rita saia de casa agora.

- Porque?

- Tem a ver com o passado dela, deixa que depois falamos melhor contigo, agora comeis connosco, vou ligar a encomendar mais duas pizzas ‘tá?

- ‘Tá bom meu anjo. – Beijou-me.

Ana Sousa*

13 comentários:

  1. Olaa :D
    Desculpem as falhas no tipo de letras e qualquer coisa que possa aparecer só que o blog está a dar problemas nas publicações :/
    Espero que gostem, beijinhos
    Ana Sousa

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  2. adorei...

    quero mais...

    continua...

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  3. Troquei o link do blog :)

    http://sorrisinhodiferente.blogspot.com/

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  4. Oh meu amoree tá lindo lindo... adorei *.*

    Coitadinha da Tááh, agora que tá tudo tão tranquilo com o Rúben, é que o desgraçado do passado a vem para a atormentar rsrsrs
    Vai ter que ser forte e tenho a certeza que o Rúben vai estar bem junto a ela para a proteger ^^

    MAIS, MAIS, MAIS!! :DD

    Beijão moleca <3
    Júca**

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  5. olaaaa


    Adoreiii(L)


    Zac efron :d


    e nao levei a mal nada :d obrigada pelo conselho:d


    amanha ja posto o 2 capitulo :d


    beijinhos

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  6. Peço desculpa por nao ter postado quando li :S

    deve-me ter falhado :s

    EU AMO A TUA FIC rapariga :)
    vou tentar nao me esquecer de comentar porque tal como disses-te, os comentários sao um incentivo muito grande para quem escreve, eu sei bem disso :)
    Nunca penses em desistir tá bom?

    beijinho linda :P

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  7. Obrigada minhas lindas :D
    Amanha ou passando devo conseguir postar

    Ainda bem Anne*

    Beijinhos
    Ana Sousa*

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  8. Oh meu amor que lindo *.*

    Espero que aquilo que se poassa nao seja nada de grave :c

    Beijinhos

    Adoro.te linda :D

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  9. nao gosto o ek eu realmente gostei foi o da dri

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  10. Obrigado Nii'i *

    Obrigado Anónimo :)
    Ainda bem que deixas-te a tua opinião!
    E sim, o da Drii é realmente muito boa e sem comparação possível.

    Ana SOusa*

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  11. Olha lá, ontem falei ctg e avisei q ainda n tinha lido por falta de tempo :S pois agora q aqui cheguei e q li n gostei!

    Afinal acabas na parte em q hipoteticamente o Sr. Amorim LOL vai dar miminhos à moça??? Não tou a gostar disso LOOL

    A sério, Ana por vezes há pessoas que leem mas que não comentam, pessoalmente tento comentar sempre que leio, por saber que é importante para quem escreve. Mais qua não seja para vermos que estão a ler.

    Pessoalmente, gosto da tua fic, da história em si e da forma como escreves, por isso vê se postas mas é rapidinho que quero mais!!!

    Beijocas :D

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