sexta-feira, 16 de setembro de 2011

35º Capítulo - Aniversário (Parte III)




E ali estava ela, embrenhada numa felicidade saltitante e convicta, que permanecia presa ao seu coração, para que pudesse consolar David com mais um sorriso lindo e sincero. E eles, vagueando num beijo profundamente apaixonado, deixavam-se consumir pelo conflito entre a vontade e necessidade de se amarem.
David levou a sua mão quente para baixo da saia de Ana, acariciando-lhe as coxas de forma suave e vagarosa. Queria saborear aquele momento o mais possível, assim como ela estava e queria ceder às tentações.
Ao contrário do mar, os seus corações agitavam-se a um compasso estonteante, provocando neles uma respiração demasiado acelerada. Quando estavam a meio de um intenso e saboroso beijo, entrelaçados pelas mãos um do outro e completamente embrenhados na mais sincera paixão, o telemóvel de David faz com que estes despertassem do transe e cair na realidade de onde se encontravam.

- Desculpe… - Desculpava-se David, numa voz que lhe saíra demasiado entrecortada, acabando por atender a chamada de Rúben. – Alô manz?

- Olá mano. Está tudo bem aí?

- Está sim, e aí?

- Está tudo em ordem… Quando quiseres, podes vir…

- Ah… ‘Tá bom. Eu passo já aí então… - Proferia David, tentando não ter ar de quem esconde alguma coisa. – ‘Té já.

- Até já mano.


- Era o Rúben amor? Está tudo bem?

- Era sim, qué que passe lá p’ra buscar uma coisa… cê se importa? – Explicava ele, ao mesmo tempo que estendia as mãos para a levar do chão.

- Não, claro que não! – Sorriu-lhe, olhando-o nos olhos.

- Mas primeiro quero meu beijo! – Pedi-a ele, soltando um sorriso perverso.

- Hum, huum… - Beijou-o. – Amor, acho que temos que ter mais cuidado, estamos num sítio público…

- Pois. Mas me esqueço sempre. Posha! É tão difícil resistir a você. – Fazia beicinho.

- Não digas asneiras! – Sorriu envergonhada. – Vamos? Não quero que o senhor Amorim me culpe de o ter atrasado.

- Sim, vamô… - Beijou-lhe a bochecha e seguiu caminho a seu lado até ao carro.


***

- Cê ‘tá falando sério? – David gargalhava bem alto enquanto estacionava o carro.

- Estou David! Foi o que me veio à cabeça para o despachar. Vá não gozes… - Ana fazia esforço para não se rir também, após ter contado a David o que acontecera no cinema de manhã, com o tal rapaz à qual não chegou a conhecer o nome.

- Cê acha que tenho que desconfiar de cês as duas?

- David! – Riram juntos.

- Que foi? Eu não sei não, vocês moram juntas… Caraca, estou feito! – Ria-se.

- Pronto, dá-me um beijo, já!

David não negara, embora soubesse que era para ele parar de gozar do sucedido. Ela beijou-o com todo o carinho, tentando acalmar os dois corações que tilintavam pelo amor um do outro numa sinfonia perfeita. Estavam ambos bem, ambos felizes, e isso transbordava nitidamente em cada traço dos seus sorrisos, em cada traço dos seus olhos.
É o amor… o amor que muita das vezes nos traz desgostos, feridas, que mesmo sem querermos ficam a habitar o nosso coração permanentemente até que algum ser, capaz de despoletar a atenção de forma diferente do nosso cinzelo coração, nos alivia a dor da ranhura ligeiramente entreaberta que tanto tentamos combater e com um simples sussurrar de sentimentos, endurece e torna a casca segura e forte, pronta a fechar e a regenerar-se. Isso é bom, quando, por sentimentos mais fortes, conseguimos fecha-la. Porém, nem sempre nos traz dissabores, acabando por nos dar momentos de pura felicidade e paixão que nos torna cúmplices do nosso próprio sorriso. Isso sim, quando é verdadeiro, tornasse num dos sentimentos mais bonitos e inexplicáveis que se podem sentir. Aquele onde só com a mais subtil humildade, consegue tocar no coração de forma diferente. E eles, estavam a sentir isso. Plenamente.

- Posha, Ná! Meu coração tá aos sautjinhos por você! – Ana sorri ao ver que não foi uma piada sem sentido e leva a sua mão até ao peito de David.

- Promete que ele não foge! Promete que eu vou continuar a ser a dona do teu coração, assim como tu serás sempre o dono do meu! – Ana estava emocionada e os olhos de David raiavam.

- Prometo te prender aqui para sempre, como uma princesa na masmorra.

Ana ri-se. – Que parvinho. Desde que me vás visitar eu fico feliz! – Riram os dois e David beija-a demoradamente. 

- Vamô princesa?

- Vamô príncipe! – Sorriu de orelha a orelha.

David tocou três vezes na campainha, para que Rúben soubesse que eram eles. E o caminho desde o jardim à porta principal, foi alimentado por repenicados beijos que David impunha na bochecha esquerda de Ana fazendo-a sorrir. Rúben veio abrir a porta mesmo antes de estes a terem alcançado acabando por libertar um sorriso por presenciar a felicidade dos seus dois grandes amigos. Rúben cumprimenta ambos com um abraço caloroso. 

- Então feio, ‘tás bom?

- Estou desdentada! E tu?

- Poderia estar melhor? – Olhou para David e sorriram.

- Podias e vais ‘tar…

- Ah?

- Entra garota! – Incentivou.

- ‘Tá bom seu babaca! – Ana falava para David que lhe deu uma palmada no Rabo.

- Ana, importas-te de ir buscar uma saca da Rita lá a baixo à sala de bilhar?

- Já vou feio! – Beijou David.

- Desdentada! – Ana antes de descer as escadas mostrou os dentes a Rúben e riram-se.

- Vamô atrás dela. – Sussurrou David.

As luzes estavam apagadas e, ao fundo das escadas em círculo, Ana esticou a mão na parede para chegar ao interruptor acabando por se surpreender. Não havia luz lá em baixo. Ela reparou que eles vinham atrás e gozou.

- Oh Rúben, agora só pagas metade da conta da luz é?

- É… Eu agora ando a velas, olha ali!

Vira várias luzinhas a acenderem num ponto específico. As pequenas luzes que até então eram míseros pontos, alastraram-se em pontos mais intensos de luz que permitiu a Ana ver para além da escuridão.

- Parabéééns! – Disseram todos em coro, assim que alguém ligou a luz.

- Eu mato-vos… - Pronunciou baixinho com um sorriso alargado, e com o olhar estagnado para as pessoas que estavam presentes.

Atrás de uma mesa coberta de doçaria, estavam as pessoas pelas quais Ana mais convivia. Rita, Andreia, Fábio, Paulo que lhe sorria acompanhado por Joana, bem… grande parte do plantel do Benfica e… aquele era o seu pai? Ana parou de percorrer com o olhar as pessoas que lá estavam e apreçando o passo chegou ao pé do pai dando-lhe um abraço ternamente.

- Está cá! – Ana sorria apertando seu pai. – Obrigada. – Sussurrou-lhe.

- Não é a mim que tens que agradecer… - Ele também sussurrou. – É a ele… - O seu pai piscou o olho a David e Rúben. Não foi preciso mencionar nomes para que ela soubesse de quem estava a falar. Mesmo assim, ficando incomodada, desencostou-se do pai.

- Obrigada pessoal! – Dirigiu-se a todos com um sorriso longo.

Depois de lhe terem dado os parabéns e presenteá-la com beijinhos e abraços, Fábio intrometesse na conversa que esta mantinha com Rita. Onde a ameaçava e lhe agradecia ao mesmo tempo por ter dado com a língua nos dentes.

- Eu sei que ainda tens que abrir as prendas e tal só que podemos passar essa parte por agora e irmos directos à parte em que distribuis o bolo? – Todos se riem.

- Agora andas a tirar ali o lugar ao feio?

- Hey, não me difames! O Fábio tem toda a razão! Devias dar-lhe ouvidos…

- Sim Rúben sim, se eu não te conhecesse… Vá, mas vamos a isso!

David conversava ora com Rúben, ora com o pai de Ana, mas mantinha-se atento a ela, sempre a ela, sorrindo-lhe honestamente sempre que esta o olhava agradecendo com o olhar. Sempre que esta lhe expressava um “amo-te” gesticulando os lábios.

- Sou o único aqui a não saber David?

- Desculpe, não ouvi. – David estava desatento da conversa, centrando-se na única pessoa que lhe interessava realmente olhar agora.

- Se sou o único daqui que teoricamente não sabe de vocês?

- Não ‘tou entendendo onde você quer chegar…

- Tu e a minha filha…

David não se engasgou com o bolo que estava a beliscar, mas este ficou bem preso no fundo da garganta, tentando com algum custo que este fosse para baixo sem ser preciso ir buscar alguma bebida. Não sabia se havia de o olhar, muito menos sabia o que devia dizer.

- Eu nã…

- Oh, vala David. Não vais dizer que não sabes do que estou a falar… toda a gente repara que vocês se gostam. – Ele ficou surpreendido e Rúben preparava-se para se aproximar, numa tentativa incerta de tentar ajudar o amigo a sair dali. Mas David ganhou coragem.

- Não… Eu amo ela. – Respirou fundo quando Sr. José lhe sorriu. – E sim, você era o único que não sabia. Pelo menos achávamos que não.

- Então vai lá ter com ela, faz o que estás doido para fazer. – David olhou-o. – Oh rapaz, eu já tive a tua idade, sei o que é isso. – Sorriu para David e este agradeceu-lhe e seguiu até Ana.

Esta estava de costas mas assim que sentiu a sua presença atrás dela virou-se. David não hesitou e beijou-a carinhosamente nos lábios.

- Davi’, o meu pai… - Ela olhara para o pai, e este assentiu-lhe com a cabeça e sorriu. Ela abraça David. – Seu pai já sabia.

- Mas como…

- Seu pai é esperto Ná. Mas a verdade é que já ‘tava morrendo p’ra beijá você, credo! Mesmo sendo uma desdentada me deixa assim!

- És tão simpático amor!

- Sou né!?

-És, és. Mas os meus dentes são lindos hein?

- Tonta! Vamô abrir suas prendas!

- Ai David, aqui não, mas quando estivermos os quatro sozinhos, eu vou vos bater! E tu, foste tratar de papelada, hum? – David fez beicinho.

- Não bate não!

- Bato, bato!

- Quem manda!?

- Eu! – Dizia ela “fazendo peito”.

- Oh, cê assim me ganha!

- Parvo!

- Vá, vamos! – Beijou-lhe a testa e dando-lhe a mão levou-a até a mesa.

-Agora já podem, já comi bolo! – Fábio brincou enquanto trincava uma bolacha de chocolate.

- Podes abrir já a minha. – Andreia estendeu-lhe uma caixa.



- Obrigado! É lindo. – Abraçou Andreia e Fábio.

- Esta diz “Tááh e Rúben”? Até tenho medo, só pelo tamanho da caixa… - Rita sorriu. – É lindo, lindo, lind… só podia! És mesmo parva! Ahah – Disse assim que viu a lingerie cor-de-rosa que esta lhe avia posto junto com o vestido.


- Que é? Tudo é necessário! – Gargalharam.

Alguns presentes se seguiram mas Rúben chamou por ela, mais à parte.

- Toma!

- Mas tu já... – Interrompeu-a.

- Abre e cala-te!

- Ai! Que mau! – Sorriu-lhe.

- É linda Rúben! Olha só… - Ana observava o pormenor. – Oh Rúben…

- Ana… és a namorada do meu melhor amigo, és a melhor amiga da mulher que amo e que não me esqueço que se hoje estou com ela devo parte disso a ti! Mas também somos amigos, e tu tornaste-te uma amiga muito importante para mim, mesmo. Por isso mandei gravar a inicial dos nossos nomes, dos quatro. – Ana constatou mesmo que continha lá as iniciais deles. A R D R. – Vocês os três são a grande parte da minha alegria!


 - Anda cá! – Ana abraçou-o. – Obrigado! És um feio muito lindo. – Riram. – Nunca me vou esquecer Rúben, nunca.

- Tenho um namorado mesmo fofinho não tenho?!

- Oh pá, vocês fizeram isto tudo às minhas escondidas. Devia bater-vos…, mas não consigo. – Sorriu.

O Pai de Ana dirige-se a ela com uma coisa na mão. – Oh pai, não era preciso…

- Era sim. Abre… - Ana desembrulhava a caixa. – Eram esses não eram?



- Eram sim… Obrigado! – Deu-lhe um beijinho na bochecha.

- Falto eu… - David abraçava-a por trás, encaixando o seu queixo no ombro dela. Qué vê?

- Quero pois!

- Então espere um minutinho! Eu já volto.

David veio com uma cesta de palha, e Ana ficou sem perceber nada.

- Espreite…

- Ai não! David… é um gatinho pequenino? Aii que lindo! – Acariciava-lhe a cabeça. – Quem te disse que eu adorava…? Oh pois, aquela boca de trapos…

- Pegue nele…



- Vem cá pequenino… És bonito tu! Mas o que é que tens p’raqui na patinha, hein? – David sorri. – David? É lindo! Mesmo… Obrigada por tudo amor! – Beijou-lhe e sussurrou ao seu ouvido. – Eu também quero que seja infinito…

 
Ele sorriu. - Posso por em você?


- Podes…

Ana desviou o cabelo com uma mão, e segurou o gato na outra, enquanto David lhe colocava o fio. Assim que o fez, deu-lhe um beijo no pescoço e de seguida na bochecha.

- Amo você.

- Eu também Davi’…

David beijou-a, tal e qual como desejava. Um beijo apaixonado e intenso à qual Ana não se inibiu. Já todos naquela sala sabiam e por isso era escusado ele não se render aos encantos da sua amada, era escusado ele permanecer quieto sem mostrar o quanto a amava. O amor que sentia por ela aumentava em cada dia, em cada noite, e não lhe dizer isso tornava-se num sufoco à qual lhe custava aguentar. Querendo ou não, já se tornara uma necessidade…

Espero que gostem... Deixem a vossa opinião. É muito importante para mim!
Beijinho, Ana Sousa

8 comentários:

  1. Adorei, lindo como sempre.

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  2. Só tenho uma reclamação a fazer, isto assim não dá, quero mais!

    Quero saber se a noite deles termina aqui LOOL

    Bjs continua

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  3. amei todo,e o gatinho :P tao fofinho
    quero mais e rapido :)
    beijinhos


    http://umanovadefinicaodeamor.blogspot.com/

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  4. Tão lindo, mas tenho de dizer umas coisas :) Aquele presente da Andreia, muito bom gosto, o da Táh e o Ruben maravilhoso, o do pai, tenho um relogio igual eheh, as do David meu DEus rebenta a escala eheh.
    Adorei o capitulo, quero o próximo menina Ana :DD
    Beijinhos*
    http://quandomenosseespera.blogs.sapo.pt/

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  5. Adoreii, mas não devia ter acabado assim!
    Então e o resto da noite? xD

    Beijinhos

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  6. Finalmente consegui ler tudo, tava difcil, ahn? :)

    Mas adorei .. Muito mesmo .. :D

    Agora quero mais .. Sim? :P

    BjnhOs minha linda ..

    PS: Vou tentar não me atrasar mais na tua FIC .. :s

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  7. Ohh um gatinho, que fofinho *.*
    Gostei muito do capitulo, mas quero saber como acaba a noite x)
    Beijinho, posta rapidinho

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  8. Ana, quando postas de novo? :)

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